08 de novembro de 2024 às 19:01 - Atualizado às 20:22
Ex-presidente, Jair Bolsonaro. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na quinta-feira, 7 de novembro, que não há nomes à direita, senão o dele, para a disputa à Presidência da República de 2026.
"Só depois que eu estiver morto. Antes de eu morto, politicamente não tem nome", disse Bolsonaro.
Para o ex-presidente, a direita "não tem dono", mas sim "um líder", posto ocupado por ele de forma "incontestável".
O ex-presidente desautorizou o nome de seu ex-ministro da Infraestrutura, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Para Bolsonaro, seu aliado não é um nome viável para a próxima disputa presidencial, pois é um "líder maior" somente no Estado de São Paulo.
"É um grande líder no Estado, verdade... Ninguém vai me provocar", disse o ex-presidente.
A declaração do ex-presidente de que segue sendo o líder "incontestável" da direita ocorre na esteira das eleições 2024. A autoridade do ex-presidente como cabo eleitoral foi desafiada por nomes como o do empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB), que terminou a disputa pela Prefeitura de São Paulo em terceiro lugar e ameaçou a candidatura de Ricardo Nunes (MDB), nome apoiado pelo partido de Bolsonaro.
O aval do ex-presidente também foi colocado à prova em Goiânia, onde seu candidato, o ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL), foi derrotado por Sandro Mabel (União Brasil), ex-deputado federal que obteve o apoio do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). Caiado é cotado como postulante ao Planalto em 2026.
Bolsonaro se coloca no páreo para a sucessão presidencial, mas acumula duas penas de inelegibilidade do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e não pode disputar cargos eletivos até 2030. O ex-presidente espera a aprovação de uma anistia do Congresso para participar do pleito.
Em junho de 2023, o TSE condenou Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, pela reunião com embaixadores na qual o então presidente atacou, sem apresentar provas, as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral do País. Três meses depois, em outubro, o ex-chefe do Executivo foi condenado pela Justiça Eleitoral mais uma vez, por abuso de poder político durante o feriado de Dia da Independência em 2022 Os ministros concluíram que ele usou a data cívica para fazer campanha.
Bolsonaro acumula duas penas por inelegibilidade, mas não há soma no tempo das condenações. O prazo segue até 2030, oito anos após 2022.
Em 29 de outubro, Bolsonaro afirmou que a viabilidade eleitoral de um líder de direita senão ele é uma "utopia", pois não há integrantes desse campo político que saibam "a linguagem do povo" como ele.
"Já tentaram várias vezes e não conseguiram. Esses caras juntam quantas pessoas no aeroporto num bate-papo?", afirmou Bolsonaro.
Além de Tarcísio e de Caiado, o nome do governador mineiro Romeu Zema (Novo) também é cotado para a próxima eleição presidencial.
Estadão Conteúdo
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