O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), criticou na quarta-feira, 26 de junho, a ordem judicial que proíbe o uso de bombas e balas de borracha pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) durante operações na Cracolândia, no centro paulistano.

Ele informou que a Prefeitura vai recorrer da decisão e disse que “a GCM não vai tratar com rosas quem está agredindo alguém”.

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Segundo o prefeito, “ali tem traficante, eles têm comando sobre essas pessoas”, e “se vier pra cima da gente, vai tomar na testa”.

A decisão a que o prefeito se referiu foi emitida na segunda-feira, 24, pela juíza Gilsa Elena Rios, da 15ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, em ação civil pública movida pelo Ministério Público do Estado (MP-SP) em 2017.

Em 20 de maio daquele ano, com bombas de gás e táticas semelhantes às da Polícia Militar, a GCM dispersou dependentes químicos do entorno da Praça Júlio Prestes, na Luz, região central, e prendeu traficantes.

Em seguida, o MP-SP pediu à Justiça que proibisse a GCM de adotar uma série de procedimentos. A Justiça negou alguns pedidos da Promotoria, mas acatou outros e proibiu o uso de munição não letal.

Para o prefeito, não cabe à Justiça decidir como a GCM deve se comportar na Cracolândia.

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Nunes fez mais críticas à decisão:

A reportagem tenta ouvir a juíza a respeito das críticas feitas pelo prefeito.

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Na decisão, a magistrada disse que “é importante deixar claro que esta demanda tem por objetivo último a tutela das pessoas inseridas no contexto da denominada Cracolândia, assegurando-lhes direitos”.

Ainda segundo a juíza, “a situação na qual estão inseridas denota hipervulnerabilidade, que se revela em carência afetiva, de moradia, de incolumidade física e mental, econômica, política, dentre outras consequências nefastas do uso reiterado de drogas.”

Na semana passada, foram colocados grades e cavaletes de ferro na Rua dos Protestantes, local com a maior concentração de usuários e traficantes de drogas no centro.

A medida levou medo e apreensão aos moradores da região. Quem vive nas proximidades da Santa Ifigênia e Luz teme a dispersão dos dependentes químicos para vias próximas.

Estadão Conteúdo