Papa Leão XIV. Foto: Divulgação/Vatican News
O novo papa da Igreja Católica foi escolhido nesta quinta-feira, 8 de maio, no Vaticano. A partir de agora o cardeal norte-americano Robert Prevost atende pelo nome Leão XIV, e torna-se o primeiro pontífice americano e agostiniano. Ele deve dar continuidade ao legado de Francisco, apesar de algumas divergências quando se trata do público LGBTQIAP+.
Em discurso feito direcionado aos bispos em 2012, Robert fez declarações sobre o "estilo de vida homosssexual" e "famílias alternativas compostas por parceiros do mesmo sexo e seus filhos adotivos". O cardeal na época lamentou que a mídia e a cultura popular "simpatizem com crenças e práticas que vão contra o Evangelho".
Durante sua vida em Chiclayo, cidade do Peru onde morou grande parte do tempo, sua opinião acerca do assunto se fez ainda mais esclarecida ao se opor a um projeto governamental de educação sexual nas escolas.
"A promoção da ideologia de gênero é confusa, porque busca criar gêneros que não existem", declarou à imprensa local.
Mesmo que antigas, essas opiniões vão em sentido contrário à postura do antecessor Francisco, que durante o seu papado defendia os direitos civis dos casais homoafetivos e declarava público apoio aos fiéis.
Apesar de apresentar uma conduta mais conservadora, Leão XIV é descrito por colegas e familiares como um "meio-termo", que está aberto para escuta.
Quem é Robert Prevost?
Nascido em 1955 em Chicago, em uma família de origens europeias, Prevost também tem nacionalidade peruana por ter vivido por quase duas décadas no país andino, onde iniciou a carreira como missionário agostiniano e chegou a bispo.
Apesar da proximidade do último papa, considerado progressista, ele tem formação em direito canônico pela Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino, o que pode agradar setores da igreja que privilegiam uma abordagem centrada na teologia.
Além de prefeito dos bispos, Francisco também o nomeou presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, voltada ao estudo de questões referentes à vida e ao desenvolvimento da igreja na região. Segundo reportagem do jornal The New York Times, Prevost foi elogiado por ter apoiado imigrantes venezuelanos e visitado comunidades remotas no Peru.
Foi também criticado por sua condução de casos em que padres foram acusados de abuso sexual. O jornal afirma que não teve sucesso em contactar o cardeal sobre as críticas. Prevost comentou sobre a responsabilidade dos bispos na luta contra os abusos na igreja em uma entrevista ao Vatican News, em 2023.
"Não podemos fechar o coração, a porta da Igreja, às pessoas que sofreram por abusos. A responsabilidade do bispo é grande e acho que ainda temos que fazer esforços consideráveis para responder a esta situação que causa tanta dor na Igreja", disse.
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O pontífice afirmou a solidariedade da Igreja com os encarcerados e aproveitou a oportunidade para defender o direito à livre manifestação.
O novo Sucessor de Pedro esteve novamente no local em que alguns dias atrás foi apresentado aos fiéis como bispo de Roma.
A celebração religiosa acontece no próximo domingo (18), às 10h, no Vaticano e marca o inicío do pontificado de Robert Prevost.
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