Mais de R$ 300 milhões teriam sido movimentados por apenas um dos grupos investigados.
24 de abril de 2025 às 09:31 - Atualizado às 09:31
Operação da Polícia Federal contra fraudes no INSS Foto: Divulgação/ Polícia Federal
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspendeu os acordos de Cooperação Técnica com ao menos dez entidades, no contexto da operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal na quarta-feira, 23 de abril. A ação visa desarticular um esquema que teria provocado prejuízos de R$ 6,3 bilhões entre os anos de 2019 e 2024, por meio de descontos não autorizados nos benefícios de aposentados e pensionistas.
A investigação, que conta com a participação da Controladoria-Geral da União (CGU), resultou no cumprimento de 211 mandados de busca e apreensão, além de seis mandados de prisão no Distrito Federal e em outros 13 estados. O foco da apuração são pessoas ligadas às entidades conveniadas, operadores do esquema e servidores públicos.
Segundo os investigadores, as entidades usavam os convênios com o INSS para realizar cobranças diretas na folha de pagamento dos beneficiários, sob a justificativa de oferecer serviços como planos de saúde, seguros e auxílios funerários. No entanto, muitos aposentados e pensionistas afirmaram não ter autorizado os débitos, o que os levou a procurar a Justiça.
A Polícia Federal aponta que os valores obtidos indevidamente eram repassados a empresas de fachada. Apenas um dos grupos empresariais investigados teria movimentado mais de R$ 300 milhões.
A sede do INSS em Brasília também foi alvo de buscas, assim como integrantes da atual direção da autarquia. Os envolvidos podem responder por crimes como corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documentos, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Algumas das entidades se manifestaram após a deflagração da operação. A Unabrasil, a Ambec e a Cebao alegaram, por meio de nota, que não realizam "atividade ostensiva de captação, prospecção e afiliação de seus associados". A nota afirma ainda:
“Tais atividades são praticadas por empresas privadas diversas, de forma que, se qualquer fraude ocorreu, a associação é tão vítima quanto seus associados […] a associação informa que possui robusto programa de compliance, hábil a justificar a lisura de suas atividades em prol do bem-estar e melhoria da qualidade de vida de pessoas da ‘terceira idade’.”
As entidades também disseram ter recebido "com surpresa" a deflagração da operação, argumentando que os fatos já vinham sendo investigados há mais de um ano pela Polícia Civil de São Paulo.
Já o SINDNAPI afirmou que apoia as investigações e que segue comprometido com a defesa dos aposentados. Segundo a entidade:
“Faz parte do DNA do sindicato a defesa dos beneficiários do INSS e a luta contra golpes dos mais diversos que afetam os ganhos dessa população.”
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A ação da SDS, conduzida pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), utiliza o número de IMEI registrado pelas vítimas, em boletins de ocorrências.
O delegado, responsável pelo caso, afirmou que exames periciais e depoimentos confirmaram as agressões e justificaram o indiciamento pelas tentativas de homicídio.
Após receber informações sobre a atividade de tráfico, uma equipe da Polícia se dirigiu até a residência do suspeito, na Rua Dom Basílio, em Camaragibe.
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