19 de novembro de 2024 às 17:41 - Atualizado às 17:41
Presidente Lula. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil.
Nesta terça-feira, 19 de novembro, o policial federal Wladimir Matos Soares foi preso por participar do plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, fez parte da segurança do presidente após ele ser eleito e antes da posse, em 2022.
Segundo a investigação da Polícia Federal, Wladimir passava informações sobre o dia a dia de Lula a pessoas próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo a decisão, assinada por Moraes, ele fornecia "informações que pudessem de alguma forma subsidiar as ações que seriam desencadeadas, caso o Decreto de golpe de Estado fosse assinado".
Wladimir Soares estava por perto. Como agente da PF em Brasília, ele sabia não apenas da rotina do presidente eleito, mas também do esquema de segurança que protegia Lula e Alckmin.
"O investigado (Soares), aproveitando-se das atribuições inerentes o seu cargo no período entre a diplomação e posse do governo eleito, repassou informações relacionadas à estrutura de segurança do presidente Lula para pessoas próximas ao então presidente Jair Bolsonaro, aderindo de forma direta ao intento golpista", diz a decisão do ministro Alexandre de Moraes.
O plano ‘Punhal Verde e Amarelo’, apreendido com o general reformado do Exército Mário Fernandes - ex-secretário-executivo da Presidência do governo Bolsonaro - previa o assassinato do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022, por envenenamento ou "uso de químicos para causar um colapso orgânico", considerando a vulnerabilidade de saúde e ida frequente a hospitais do petista. No planejamento dos militares presos nesta terça-feira, 19, na Operação Contragolpe, Lula era tratado pelo codinome ‘Jeca’ e seu vice, Geraldo Alckmin, era ‘Joca’.
Os detalhes constam da representação da Polícia Federal pela prisão do general reformado do Exército Mário Fernandes; dos ‘kids pretos Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo - militares com especialização em Forças Especiais; e do policial federal Wladimir Matos Soares. Todos foram capturados na manhã desta terça-feira, 19, por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
O general era o guardião do ousado plano montado ainda no governo Bolsonaro. O documento também trazia detalhes sobre a possível execução de Moraes e de Alckmin. Segundo a Polícia Federal, o arquivo "continha um verdadeiro planejamento com características terroristas".
Na visão dos investigados, segundo a PF, a "neutralização" de Lula "abalaria toda a chapa vencedora, colocando-a, dependendo da interpretação da Lei Eleitoral, ou da manobra conduzida pelos 3 Poderes, sob a tutela principal do PSDB". Já a morte de Alckmin "extinguiria a chapa vencedora". "Como reflexo da ação, não se espera grande comoção nacional", registrou o documento sobre o ex-tucano.
O plano de assassinatos ainda cita um ‘Juca’, o qual a PF ainda não identificou. Ele é descrito no documento como "iminência parda do 01 e das lideranças do futuro gov" e sua "neutralização desarticularia os planos da esquerda mais radical".
O plano para eliminar Moraes demandava, por sua vez, artefatos mais pesados. O documento cita não só a possibilidade de envenenamento em evento oficial público, mas também o uso de "artefato explosivo".
Em outro capítulo, o general chegou a descrever os armamentos que seriam necessários para concretizar o plano ‘Punhal Verde e Amarelo’: pistolas e fuzis comumente utilizados por policiais e militares, "inclusive pela grande eficácia dos calibres elencados"; além de uma metralhadora, um lança granada e um lança rojão, "armamentos de guerra comumente utilizados por grupos de combate".
Para a PF, o contexto de emprego de armamentos extremamente letais, bem como de uso de artefato explosivo ou envenenamento revelam que o grupo trabalhava com a possibilidade de assassinato de Moraes.
"Tal fato é reforçado pelo tópico denominado "Danos colaterais passiveis e aceitáveis", em que o documento descreve como passível "100%" e aceitável também o percentual de "100%". Ou seja, claramente para os investigados a morte não só do ministro, mas também de toda a equipe de segurança e até mesmo dos militares envolvidos na ação era admissível para cumprimento da missão de "neutralizar" o denominado "centro de gravidade", que seria um fator de obstáculo à consumação do golpe de Estado", indicou a PF.
Com informações do Estadão Conteúdo
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