29 de outubro de 2023 às 11:44
A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, pelo Estado do Paraná, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "protegeu" o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao admitir que o governo "dificilmente" cumprirá a meta de déficit zero em 2024. Para Gleisi, "o resultado primário zero será impossível no ano que vem". A parlamentar transferiu parte da responsabilidade ao que chamou de "criminosa taxa de juros mantida nas alturas" pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Leia também: >>>LULA: ‘dificilmente chegaremos a meta de déficit zero’ em 2024 Em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto na sexta-feira, 27, Lula afirmou que a meta estabelecida por Haddad dificilmente ficará de pé. O presidente disse ainda que o mercado é "ganancioso" e faz cobranças irreais do governo.
"Dificilmente chegaremos à meta zero até porque não queremos fazer corte de investimentos e de obras", declarou Lula.
O ministro da Fazenda firmou o objetivo de déficit zero como necessidade para que o Arcabouço Fiscal dê certo, mas outros integrantes do governo tentam mover a meta para baixo. No sábado, 28 de outubro, Gleisi publicou no X (antigo Twitter) que a fala de Lula não desautorizou Haddad.
"O presidente Lula protegeu o ministro Fernando Haddad ao trazer para si a responsabilidade da política fiscal e reconhecer que o resultado primário zero será impossível para o ano que vem", opinou Gleisi.
A presidente do PT elogiou o ministro da Fazenda, mas afirmou que não "depende dele" o cumprimento da meta fiscal. Ela aproveitou para criticar abertamente Campos Neto, com quem o governo tem divergências.
"Infelizmente nem tudo depende dele [de Haddad] e da equipe econômica, como o crescimento da receita, por exemplo. Entram aqui Congresso Nacional, decisões judiciais, postergações administrativas. Também entra outro grande obstáculo, que é a criminosa taxa de juros mantida nas alturas pelo BC de Campos Neto", escreveu ela.
Gleisi Hoffmann descartou uma possível reação negativa do Congresso às falas de Lula como "pura especulação" e "aposta de setores da mídia".
"O presidente Lula apenas assumiu que a realidade não permitirá o resultado almejado e, como um ponto importante de credibilidade, falou que a meta terá de ser reavaliada", disse. "Quanto mais realistas as metas, menos complicadas ficam as negociações políticas. Sem drama, menos, a vida continua com a perspectiva de todos poderem melhorar".
Na sexta, o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, Danilo Forte (União Brasil-CE), disse que a fala de Lula foi "brochante".
"As declarações do presidente Lula sobre o abandono da meta fiscal causam constrangimento ao ministro Fernando Haddad, que tem lutado muito para o atingimento do déficit zero a partir da aprovação da agenda econômica", afirmou em nota à imprensa.
O presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), declarou no sábado, 28, que a fala de Lula sobre o déficit "derrubou na prática o ministro da Fazenda e destituiu a estabilidade fiscal". "Pensando bem, é mais barato Lula viajar…", escreveu ele no X. Mercado vê falas de Lula com preocupação Analistas ouvidos pelo Estadão consideraram que a fala do presidente é um alerta muito ruim para o futuro das contas públicas. A leitura é que o posicionamento de Lula desmoraliza os esforços da equipe econômica e dá forças para a ala política que busca o aumento de despesas. O colunista do Estadão Ricardo Corrêa escreveu que o presidente deu mais munição para os bombardeios conta o governo.
"Cabe a seus ministros agora lidar com eles. Fernando Haddad, por exemplo, é um dos que terá trabalho nos próximos dias, após o presidente dizer o que o mercado já suspeitava, mas cujas fantasias se desfazem após uma fala bem direta", opinou.Estadão Conteúdo
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Segundo o presidente, o ódio e a mentira passaram a tomar conta de sistema político não apenas nos Estados Unidos, mas na Europa e na América Latina.
Segundo o Conselho, os casos de condenação serão selecionados e analisados caso a caso pelos tribunais para verificar se realmente se enquadram em casos de porte de drogas.
Comentário se deu após o o ex-presidente afirmar que se arrependeu de ter dado uma medalha para o ex-coach em junho deste ano.
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