01 de fevereiro de 2024 às 08:54
O padre Júlio Lancellotti foi denunciado pelo jornalista Cristiano Gomes, por assedio sexual. O crime que aconteceu em maio de 1987, segundo a vítima. As informações são da revista Oeste.
O jornalista, que era coroinha, tinha 11 anos na época que o abuso aconteceu.
Cristiano relatou que foi à sacristia para chorar após a missa de sétimo dia de sua avó, na Paróquia São Miguel Arcanjo, em São Paulo. Ele afirma que foi acolhido pelo pároco de plantão e, depois, percebeu que aquele não foi um mero consolo fraternal.
Ele citou carícias e afirmou que o religioso passou a pressionar seu corpo contra o dele.
"Terminada a missa de sétimo dia, fui à sacristia e entrei num choro incessante, finalmente havia caído a ficha de que eu nunca mais iria ver a minha avó. Nesse momento, o padre entrou e me abraçou, um abraço que parecia ser afetuoso. Eu tinha muita admiração por ele e recebi aquele abraço como se fosse de um pai. Ele me abraçava e falava “te gosto muito, não fique assim”. Só que isso evoluiu. A barba dele, por fazer, começou a roçar no meu rosto, ele apertou mais o corpo contra o meu e começou a fazer movimentos, ou seja, esfregar-se em mim. Naquele momento, senti que ele estava excitado. Toda aquela admiração que eu tinha por ele virou medo. Eu me desvencilhei dos braços dele, saí correndo e nunca mais voltei à igreja", falou.
E acrescentou:
"As pessoas conhecem o personagem padre Júlio. Mas eu, da pior maneira possível, conheci o homem Júlio Renato Lancellotti"
O homem justificou a demora em abordar o caso:
"Não é fácil, ninguém sente orgulho em falar que foi assediado. Eu era uma criança. Seria a minha palavra contra a dele, que certamente falaria que eu estava abalado com a morte da minha avó e que não tinha sido nada daquilo".
Ele ressaltou estar disponível para colaborar com as autoridades e a Igreja Católica.
"Estou à disposição das autoridades e da Igreja. Quero levar adiante essa denúncia, pois acredito que chegou a hora de as pessoas saberem quem é não o padre que aparece na imprensa, mas o ser humano Júlio Renato Lancellotti, que, repito, tive o desprazer de conhecer da pior forma possível".
Cristiano relatou ter encontrado o padre em mais duas ocasiões. Em uma dessas situações, durante o casamento de seu irmão no ano de2015, e Lancellotti foi o responsável por conduzir a cerimônia.
"Lancellotti fez questão de dizer que o meu irmão tinha sido batizado por ele, e de fato o foi, na paróquia dele. Mas ele não falou que eu tinha sido coroinha dele. Ali, tive a certeza de que ele se lembrava do que havia feito comigo".
O jornalista expressou sua posição sobre como reagiria caso se deparasse novamente com o líder religioso.
"A única coisa que tenho a dizer, olhando para os olhos dele, é que, por mais que negue, ele, eu e Deus sabemos que é verdade. Aproveitaria para perguntar para onde ele acha que vai quando morrer, se é que ele acredita na Palavra que prega".
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De acordo com a Polícia Militar, o suspeito foi visto correndo pelo estacionamento do estabelecimento e acabou sendo abordado por agentes e levado à delegacia após revista.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que as investigações seguirão para identificar outros possíveis participantes do grupo criminoso.
O homem, que estava acompanhado de dois suspeitos, ao verem o patrulhamento ostensivo, atiraram contra a equipe e fugiram em diferentes direções.
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