26 de abril de 2024 às 11:34 - Atualizado às 12:38
Delegada é afastada após conversas telefônicas com Rodrigo Carvalheira e alega 'perseguição'. Delegada é afastada após conversas telefônicas com Rodrigo Carvalheira e alega 'perseguição'.
A delegada Natasha Dolci, flagrada em conversa telefônica com Rodrigo Carvalheira, acusado de agressão e estrupro contra mulheres, foi afastada do cargo por 120 dias, pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE).
A decisão de Alessandro Carvalho, secretário da pasta, foi publicada em portaria, nesta quinta-feira (25). O secretário destacou que está em curso um processo administrativo disciplinar especial em desfavor da delegada. Confira abaixo trecho:
"Se mostra cabível o afastamento cautelar da Policial Civil, objetivando garantir à ordem pública, à instrução regular do processo disciplinar e à viabilização da correta aplicação de sanções disciplinares, já que recai sobre ela indícios de práticas de atos incompatíveis com as funções públicas"
Natasha também terá sua identificação funcional, armas e utensílios funcionais recolhidos pela Diretoria de Recursos Humanos (DRH).
A delegada Natasha Dolci, através das suas redes sociais, afirmou que o afastamento das funções trata-se de 'perseguição'.
"No meu caso, a mentira perdura há 5 anos. 5 longos anos de perseguição. E quando pensava em rebater e divulgar, era ameaçada ser demitida por “expor a instituição” (causa de demissão prevista em nosso Estatuto). Aceitava meu salário pra me calar. Hoje, entre o cargo que sempre sonhei e minha imagem, fico com a minha imagem. Não vou mais aceitar que sujem meu nome. Tudo que estão fazendo contra mim seria facilmente revisto no Judiciário (mas o transtorno causado e minha imagem não seriam recuperados). Eu estou destruída, mas não vou surtar e nem me matar. Então, fique claro que se eu aparecer morta, não foi eu que me matei. Meu pedido pra Noronha (que já faço há 3 anos) sempre foi um pedido de socorro, justamente pra fugir de toda perseguição que sofro, por aceitar que não sou ninguém e não posso brigar contra todo um sistema (não é qualquer um que quer ou precisa ficar numa ilha isolada, longe de família e amigos)", escreveu Natasha.
A delegada também afirmou que nunca houve troca de favores.
"Nunca existiu troca de favores porque não sou ninguém na instituição e nada poderia fazer. Induzir MP e Juiz em erro no bojo de um Inquérito Policial foi o ato mais repugnante que sofri. E mesmo com o Juiz negando suspender minhas funções, novamente a polícia usa do seu “mérito administrativo”, continuou.
Dolci também questiona a demora e como não foi possibilitado o depoimento de de Rodrigo Carvalheira, que alega ter ido três vezes a delegacia.
"Quando pergunto sobre “tirar o IP”, não há interferência, pois o próprio advogado do Rodrigo pediu por escrito para encaminhar o IP para a delegacia adequada. Isso nunca foi segredo. O segredo era qual o interesse da Delegacia da Mulher em tocar o IP (estupro é crime comum, em regra investigado por delegacia de bairro); depois a demora de 7 meses para concluir o IP; e a insistência da delegada em nunca realizar o interrogatório (Rodrigo foi na dp 3 vezes querendo ser ouvido e anexar provas, mas ela se recusou). É por esse e outros motivos que duvido que Rodrigo teve uma investigação imparcial, e sim tendenciosa"
"Eu estava denunciando os números fictícios que a Polícia apresenta ao governo e quem me dava acesso era Rodrigo, e a polícia sabia já que estávamos interceptados", concluiu.
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Ao todo, 30 mandados de busca e apreensão foram realizados, e nove prisões executadas. Seis delas, no Brasil, e três, na Argentina.
A exonaração acontece duas semanas após o ex-ministro dos Direitos Humanos também ser demitido sob a mesma acusação. Cláudio Augusto Vieira da Silva é alvo de 14 denúncias.
O grupo atuava de maneira organizada, com uma estrutura logística própria para o transporte e a revenda do material roubado, o que lhes permitiu lucrar ao longo dos anos.
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