Homem sentindo dor no peito. Foto: Freepik
Entre 2020 e 2024, o Brasil registrou um aumento de 32,07% no número de internações por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), de acordo com dados do Ministério da Saúde. O Sistema de Informações Hospitalares do SUS apontou 2023 como o ano com maior número de hospitalizações. Homens com idades entre 60 e 69 anos aparecem como os principais afetados.
O caso do aposentado Teodolino Alves da Silva Filho, de 66 anos, ilustra essa estatística. Ele infartou em outubro de 2020, durante a pandemia da Covid-19, e passou nove dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
"Eu não sentia dor. Apenas percebi um desconforto quando subia uma ladeira e, depois, fraqueza ao andar de bicicleta. Fui ao hospital e descobri duas artérias entupidas, uma com 95% de obstrução. Precisei fazer angioplastia", contou.
A médica cardiologista Isabela Pilar explicou que, na maioria dos casos, o infarto não ocorre de forma silenciosa. Dor no peito que dura mais de 20 minutos, irradiação para os braços, suor frio, enjoo e tontura estão entre os sintomas mais comuns. No entanto, ela reforça que cada paciente pode apresentar sinais diferentes.
Segundo Pilar, vários fatores aumentam o risco de IAM: sedentarismo, tabagismo, alimentação rica em sal e gordura, obesidade, estresse emocional, hipertensão, diabetes e colesterol alto.
"O excesso de gordura na alimentação pode se acumular nas artérias, levando ao entupimento. Quando uma artéria entope, ocorre o infarto. Alimentos com muito sódio também podem causar pressão alta, outro fator de risco", explicou.
Apesar de ser uma ferramenta fundamental para a prevenção do infarto, a atividade física requer atenção. Na última quinta-feira, 3 de julho, um homem de 51 anos morreu após sofrer mal súbito enquanto se exercitava na orla da praia do Jardim de Alah, em Salvador. Casos semelhantes com pessoas jovens também foram registrados recentemente.
"O exercício é essencial para controlar fatores de risco como pressão alta e colesterol, mas é importante investigar doenças cardíacas ocultas. Algumas patologias podem estar presentes e só se manifestam durante esforços intensos", afirmou Pilar.
A médica também comentou a relação entre a Covid-19 e o aumento de infartos. A infecção pelo vírus está associada a maior risco de eventos cardiovasculares, incluindo infartos e miocardite. No entanto, ela esclareceu que a ocorrência de IAM após a vacinação é extremamente rara.
"A maioria dos eventos relatados após a vacina está relacionada a casos de miocardite, geralmente em homens jovens, com recuperação rápida. A vacina continua sendo segura e eficaz", ressaltou.
Dados da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) indicam que, entre janeiro e abril de 2025, o estado registrou 2.349 internações por infarto no SUS. Esse número representa queda em relação ao mesmo período de 2024, quando ocorreram 3.458 hospitalizações. No total, a Bahia somou 10.570 casos de IAM ao longo de 2024.
Para evitar o infarto, a prevenção segue como principal estratégia. Especialistas recomendam prática regular de atividades físicas, alimentação equilibrada com frutas, verduras e grãos, não fumar, manter o peso adequado, controlar a pressão arterial e os níveis de glicose e colesterol, além de adotar medidas para lidar com o estresse do dia a dia.
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