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Como os remédios sabem onde agir no corpo? Entenda a ação dos medicamentos

Professor da USP detalha como os medicamentos agem no corpo para combater sintomas e tratar doenças.

Isabella Lopes

05 de julho de 2025 às 19:34   - Atualizado às 19:34

Remédios.

Remédios. Foto: Freepik

É comum que, ao sentir dor de cabeça, de dente ou em outras partes do corpo, a primeira atitude seja tomar um remédio para aliviar o incômodo. Mas você já se perguntou como o medicamento age exatamente no local onde a dor se manifesta, mesmo quando ele é ingerido e vai diretamente para o estômago?

Segundo o professor Moacyr Luiz Aizenstein, do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), tudo começa ainda no desenvolvimento do medicamento.

Os cientistas precisam entender a fundo como a doença afeta o organismo, em um processo chamado de estudo da fisiopatologia. Isso permite identificar as substâncias, como neurotransmissores ou hormônios, que estão diretamente envolvidas na dor ou em outros sintomas.

O caminho do remédio no organismo

Quando você toma um medicamento pela boca, ele não vai direto para o local da dor. Primeiro, o remédio chega ao estômago e depois ao intestino, onde é quebrado em partículas menores e absorvido. Em seguida, ele passa pelo fígado, onde sofre um processo chamado metabolização. Só então entra na corrente sanguínea, que é responsável por distribuir essas substâncias por todo o corpo.

Apesar de circular pelo organismo inteiro, o medicamento vai se concentrar principalmente onde estão os receptores ou substâncias relacionadas ao problema de saúde. No caso da dor, por exemplo, o analgésico busca interagir com os receptores nervosos que desencadeiam essa sensação, ajudando a reduzi-la.

Por que acontecem os efeitos colaterais

Mesmo sendo criados para agir de forma específica, os remédios nem sempre atingem apenas o local desejado. Eles também podem afetar outras partes do corpo, provocando o que chamamos de efeitos colaterais. Esses efeitos variam de acordo com o tipo de medicamento e a sensibilidade de cada pessoa, e podem incluir sintomas como náuseas, dor de estômago, tontura e sonolência.

"Não é o efeito desejado, mas acontece junto com o efeito terapêutico", explica o professor Aizenstein.

Isso ocorre porque o medicamento, uma vez na corrente sanguínea, não distingue completamente onde ele é ou não necessário.

Terapias-alvo: medicamentos mais precisos

Nos últimos anos, a medicina tem avançado no desenvolvimento de terapias que atuam de forma ainda mais direcionada. São os chamados medicamentos de "terapia-alvo". Eles são usados principalmente no tratamento de doenças como o câncer, onde os tumores costumam liberar substâncias específicas ou apresentar mutações genéticas.

Com base nessas características, cientistas conseguem desenvolver fármacos que buscam essas alterações no organismo e agem diretamente sobre elas. Dessa forma, esses medicamentos conseguem ter um efeito mais concentrado na origem do problema e reduzem os danos às demais áreas do corpo.

A evolução do conhecimento sobre medicamentos

A ciência continua a aprimorar os tratamentos com base na compreensão profunda de como funcionam as doenças e como o corpo reage às substâncias. Com isso, os medicamentos se tornam mais eficientes, com menos efeitos colaterais e mais segurança para quem precisa usá-los no dia a dia.

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