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Senador fala sobre 'enforcar' ministra Marina Silva e parlamentares denunciam

O documento assinado por representantes aponta que o discurso dele incita um caráter de violência de gênero.

Eduarda Queiroz

20 de março de 2025 às 17:52   - Atualizado às 17:52

Plínio Valério e Marina Silva

Plínio Valério e Marina Silva Foto: Redes Sociais

Deputadas denunciaram na quinta-feira, 20 de março, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) ao Conselho de Ética do Senado após o parlamentar afirmar ter tido vontade de enforcar a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva.

Segundo as parlamentares, a fala do senador desqualifica o debate político, incita à violência e não pode ser relativizada.

"O teor de sua fala ultrapassa os limites da imunidade parlamentar, uma vez que não possui qualquer relação com sua atuação como representante do Estado do Amazonas, mas, sim, um evidente caráter de violência de gênero", afirma o documento assinado por dez parlamentares.

Na última sexta-feira (14), durante um evento da Fecomércio no Estado do Amazonas, Valério falou sobre a sessão da CPI das ONGs e questionou:

"Imagina vocês o que é ficar com a Marina seis horas e dez minutos sem ter vontade de enforcá-la?".

Na denúncia enviada ao conselho, as deputadas afirmaram que a fala "não apenas minimiza e desqualifica a presença da ministra Marina Silva no cenário político, como também reforça um discurso de incitação à violência contra a mulher, um crime tipificado na legislação brasileira e que tem sido amplamente combatido, sobretudo no contexto da política nacional".

O senador comentou sua fala na quarta-feira (19), dizendo que fez uma brincadeira.

"Eu falei: ‘Imaginem vocês o que é ficar com a Marina por seis horas e 10 minutos sem ter vontade de enforcá-la’. Todo mundo riu, eu ri [...] Foi brincadeira. Se você perguntar, você faria de novo? Não. Mas se arrependo? Não. Foi uma brincadeira. Agora, o que me encanta é o Senado ficar sensibilizado com uma frase", afirmou Valério.

O senador ainda disse que tratou Marina com "delicadeza" por ela ser "mulher, ministra, negra e frágil".

"Me acusar de machismo é até engraçado, o meu perfil está lá, é só olhar: eu fiquei viúvo, uma mulher, casei de novo, duas. Tenho três filhas, uma enteada, seis netas, três irmãs’, disse.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), criticou a fala do parlamentar e classificou a declaração como inadequada e agressiva.

"Não concordo com muitas posições ideológicas da ministra em relação ao país, mas acho que o meu querido colega, senador Plínio Valério, precisa fazer uma referência em relação a essa fala, até mesmo justificar se foi uma fala equivocada", disse Alcolumbre.

"Estamos vivendo um momento tão difícil que uma fala de um senador da República, mesmo de brincadeira, agride, infelizmente, o que nós estamos querendo para o Brasil", afirmou.

Para as deputadas, "o uso do termo ‘enforcá-la’ direcionado a uma mulher em um contexto de discordância política carrega uma carga simbólica extremamente grave, pois remete à supressão da voz feminina pelo uso da força, à tentativa de desqualificar e intimidar uma liderança política pelo simples fato de ser mulher. Esse tipo de manifestação não se trata de um mero excesso verbal, mas de uma incitação à violência, reproduzindo a cultura de ameaça e silenciamento que historicamente tem afastado mulheres da política".

Assinaram o documento as deputadas Benedita da Silva (PT-RJ), Duda Salabert (PDT-MG), Enfermeira Ana Paula (Podemos- CE), Gisela Simona (União Brasil -MT), Jandira Feghali (PC do B - RJ), Laura Carneiro (PSD-RJ), Maria Arraes (Solidariedade - PE), Tabata Amaral (PSB-SP), Talíria Petroni (Psol - RJ), além do deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE).

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