27 de abril de 2025 às 09:57 - Atualizado às 10:17
Lula ao lado de Carlos Lupi. Foto: Ricardo Stuckert
Na edição deste sábado, 26 de abril, o Jornal Nacional revelou que o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, foi alertado sobre o aumento dos descontos não autorizados em aposentadorias ainda em junho de 2023, mas só tomou as primeiras providências quase um ano depois, em março de 2024.
Segundo a reportagem, durante uma reunião do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), presidido por Lupi, a conselheira Tonia Galleti chamou atenção para a irregularidade.
Ela solicitou que o tema fosse discutido, mesmo fora da pauta oficial, o que acabou não acontecendo. Além disso, Tonia pediu um levantamento sobre todos os acordos técnicos firmados entre o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e entidades responsáveis pelos descontos, levantamento que Lupi prometeu apresentar na reunião seguinte, o que também não ocorreu.
O CNPS é composto pela cúpula da Previdência Social e do INSS, além de representantes de associações de aposentados, sindicatos e entidades patronais. Cabe ao conselho estabelecer diretrizes, acompanhar e avaliar a gestão da Previdência no país.
O esquema de fraudes que motivou o alerta pode ter desviado mais de R$ 6 bilhões de aposentadorias e pensões do INSS. De acordo com as investigações, pelo menos onze associações são suspeitas de realizar descontos em benefícios de aposentados sem autorização dos segurados.
Na quarta-feira, 23 de abril, a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram a operação “Sem Desconto” e apreenderam dinheiro em espécie e carros de luxo em um esquema que desviava recursos de aposentados e pensionistas em diversas regiões do Brasil.
Segundo o advogado especialista em Direito Previdenciário, Almir Reis, em entrevista com o Diario de Pernambuco, as entidades envolvidas aplicavam descontos indevidos nos benefícios, muitas vezes usando assinaturas falsificadas. Essas instituições se aproveitavam da vulnerabilidade e da falta de informação dos beneficiários para cometer fraudes.
Hoje, o Brasil conta com cerca de 40 milhões de aposentados, pensionistas e beneficiários da previdência. Destes, aproximadamente 70% recebem apenas um salário mínimo. De acordo com Almir, essa realidade agrava ainda mais o cenário.
“A maior parte delas vivem em situação de vulnerabilidade financeira e social. Nem todas elas têm acesso a internet ou um banco perto da casa dela para acompanhar o quanto recebem de salário no mês. Além disso, boa parte delas tem algum empréstimo consignado. É muito comum a pessoa se aposentar e contrair um empréstimo para reformar a casa ou comprar uma geladeira, por exemplo”, afirma o especialista.
A CGU identificou que cerca de seis milhões de aposentadorias sofreram descontos sem autorização. Em uma amostra com 1.273 entrevistados, 97% dos beneficiários afirmaram que jamais contrataram serviços com as associações responsáveis pelos descontos.
Almir Reis destaca que muitos aposentados não percebem o desconto indevido. Isso acontece porque os valores costumam ser pequenos, como R$ 50, e aparecem ao lado de outros descontos, como taxas bancárias.
“Sabendo disso e do tamanho da base de aposentados e pensionistas, o que os fraudadores faziam era o seguinte: abriam associações ali de fachada e com a abertura das associações, eles tinham acesso à base de dados da previdência. Com isso, para filiar um pensionista, um aposentado, um segurado da previdência, ele tinha obrigação de mandar para o INSS a ficha de filiação desse segurado da previdência e a autorização formal assinada pelo segurado, permitindo que a empresa fizesse ali o desconto mensal da aposentadoria dele”, explica.
O especialista também afirma que, em muitos casos, as associações não enviavam ao INSS qualquer comprovação.
“Para demonstrar para o INSS que havia uma autorização ou muitas vezes contavam com omissão do Instituto, porque elas não mandavam a documentação comprovando que o segurado quis se filiar, mandavam às vezes só uma planilha de excel, dizendo quem deveria ter esses descontos”, complementa.
Para identificar descontos não autorizados, o beneficiário pode acompanhar o extrato de pagamentos no aplicativo Meu INSS. Almir reforça:
“Se a pessoa verificar qualquer desconto no benefício referente a alguma associação que você não contratou, pode ter certeza que eventualmente alguém usou o nome dela indevidamente para conseguir descontar aqueles valores”.
Além de conferir os extratos mensalmente, o segurado pode excluir cobranças indevidas diretamente pelo aplicativo ou pelo site do INSS.
“No próprio aplicativo do INSS tem um link que permite a exclusão de mensalidade associativa e que é possível fazer sem sair de casa para receber de volta o que foi descontado indevidamente. Se realmente a empresa não proceder com o reembolso, cabe ao segurado, aposentado, ou pensionista procurar um advogado da sua confiança ou a Defensoria Pública para que ele avalie se realmente esse desconto ele é devido e se, no caso, ingresse com ação para buscar não só de volta os valores, mas também buscar a condenação de quem procedeu com desconto de forma indevida”, orienta o advogado.
Da redação do Portal com informações do Diario de Pernambuco.
1
3
4
13:46, 13 Mai
29
°c
Fonte: OpenWeather
A programação contará com cerca de 600 atividades, como danças ciganas, rituais, oficinas, astrologia, cartomancia, constelação familiar entre outros.
O número de desflorestamento, registrado em 2024, supera em 44% em relação ao ano de 2023.
A influenciadora que viralisou nos últimos meses luta contra um linfoma de Hodgkin desde 2021 e estava em tratamento paliativo até então.
mais notícias
+