13 de novembro de 2024 às 10:36 - Atualizado às 10:36
Elon Musk e Donald Trump. Foto: Reprodução
O bilionário Elon Musk, que atuou como um dos principais apoiadores públicos e financiadores da campanha de Donald Trump, será o chefe do chamado "Departamento de Eficiência Governamental", anunciou o presidente eleito na noite da terça-feira, 12. O CEO da Tesla e da SpaceX ocupará o cargo ao lado do empresário norte-americano Vivek Ramaswamy.
"Juntos, esses dois americanos extraordinários abrirão o caminho para que minha administração desmonte a burocracia governamental, elimine regulamentações excessivas, corte gastos desnecessários e reestruture agências federais - essenciais para o Movimento 'Salvar a América'", declarou Trump em um comunicado
Não existe um departamento federal; os dois trabalharão de fora do governo para fornecer "conselhos e orientações", disse Trump em uma publicação nas redes sociais.
Ele afirmou que trabalharão com autoridades da Casa Branca para "impulsionar uma reforma estrutural em larga escala".
Ele acrescentou que o trabalho do departamento terá de ser concluído até 4 de julho de 2026.
O Departamento de Eficiência Governamental leva abreviatura de "DOGE", uma aparente referência ao gosto de Musk pela criptomoeda Dogecoin, cujo mascote é um Shiba Inu.
Musk, o CEO de tecnologia e homem mais rico do mundo, havia discutido a ideia anteriormente ao propor cortes massivos nos gastos. Em publicação no X, antigo Twitter, Musk se manifestou e fez promessas diante do anúncio realizado pelo presidente eleito
"Todas as ações do Departamento de Eficiência Governamental serão publicadas on-line para máxima transparência", disse o empresário.
O bilionário acrescentou ainda que sugestões sobre a necessidade de cortes ou contenção de gastos poderão ser sinalizadas.
"Também teremos uma tabela de classificação para os gastos mais insanamente idiotas do seu dinheiro de impostos. Isso será extremamente trágico e extremamente divertido", finalizou a postagem.
Durante uma live em agosto, Trump acolheu a ideia de Musk se juntar a um segundo mandato republicano para ajudar a cortar desperdícios do governo. Musk se ofereceu para participar de uma possível "comissão de eficiência governamental", quando sugeriu a Trump que Washington tem gastos em excesso.
Na época, Trump pareceu gostar da ideia, chamando o bilionário de "o maior cortador", em uma aparente referência a demissões em massa que Musk já fez em suas empresas.
Não está claro, porém, como tal esforço seria financiado ou executado, já que as decisões de gastos governamentais cabem ao Congresso e ao presidente, não a grupos externos.
Multimilionário, empreendedor do setor de tecnologia e abertamente fã de Trump, Ramaswamy foi pré-candidato pelo Partido Republicano e passou a apoiar o ex-presidente na corrida presidencial após suspender sua campanha em janeiro por conta de um resultado ruim nos caucus de Iowa.
Durante a campanha, ele criticou seus oponentes, mas elogiou Trump como "o melhor presidente do século 2021".
Ele ficou conhecido por ter ideias consideradas radicais, incluindo dentro do partido. Ele defendeu teorias da conspiração exigindo a revelação da "verdade" sobre assuntos como a invasão ao Capitólio e os ataques terroristas às Torres Gêmeas. Também defendeu a ivermectina para tratamento de covid-19, apesar da ciência confirmar a ineficácia do medicamento para este caso.
Em 2014, ele fundou e atuou como CEO da Roivant Sciences, uma empresa farmacêutica que tinha o objetivo de criar um remédio para o Alzheimer.
A companhia faliu nos seus esforços de levar o remédio ao mercado em 2021, mas o empreendedor fez centenas de milhões de dólares com a venda das suas ações, e viu decolar então sua carreira entre os titãs do Vale do Silício.
Estadão Conteúdo, com agência internacionais
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