14 de setembro de 2024 às 10:18 - Atualizado às 11:26
Esquema contra MORAES é descoberto após SUBORNO e AMEAÇA de MORTE à delegada da PF; entenda. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A descoberta de um esquema de coleta de dados pessoais do ministro Alexandre de Moraes, do STF, surgiu durante a investigação de uma tentativa de suborno e ameaça de morte à delegada federal Denisse Ribeiro, a partir de um email anônimo criptografado, como informa a coluna de Letícia Casado, do site UOL, neste sábado, 14 de setembro.
Como releva o UOL, Denisse liderou a Operação Acrônimo em 2015, que investigava suspeitas de fraudes em campanhas eleitorais, e, em um desdobramento, a Polícia Federal encontrou documentos que indicavam um pagamento de R$ 4 milhões para um escritório de advocacia relacionado a Moraes. O caso foi arquivado, mas os dados foram usados em um esquema de intimidação.
Em março de 2024, o blogueiro apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, Allan dos Santos, foragido nos Estados Unidos, ofereceu U$ 5 milhões por provas que ligassem Moraes à Operação Acrônimo. Emails anônimos ameaçaram Denisse e outros agentes federais, parte do chamado "Projeto Exposed", que visava expor e intimidar agentes envolvidos em investigações conduzidas por Moraes. A campanha incluiu coação virtual, ameaças na porta de casa e vazamento de fotos pessoais.
"Importante registrar que as fotos, de todos os três, são oriundas da atual carteira nacional de habilitação - CNH. Considerando que as CNHs são de entes federados distintos (SP e DF), o mais provável é que as consultas a estas imagens tenham sido realizadas por meio do sistema Infoseg", informa o relatório da PF.
A partir do quarto email, Tacitus muda o tom dos emails e passa a realizar ameças. A delegada relata o caso ao enviar o material para a coordenação da Polícia Federal.
"A mencionada ameaça está consubstanciada na leitura do texto: após sugerir que o tempo está se esgotando ('tic-tac... tic-tac...') e expor a frase 'reze pelo melhor. Se prepare para o pior', o remetente atesta que a subscritora escolheu o caminho errado e faz uma associação de sua imagem com o militar nazista Adolf Eichman, que foi condenado à morte e executado", escreveu a delegada.
O último email chama Denisse de "vulgo Gestapo", a polícia secreta nazista de Adolf Hitler, e anexa a imagem de um carimbo do grupo alemão. Tacitus envia um recado: "A chapa está esquentando". Chamou a atenção da PF o fato de o remetente das mensagens ser um email da plataforma Proton Mail, um serviço de emails criptografados sediado na Suíça para garantir o sigilo das mensagens de ponta a ponta.
O último email chama Denisse de "vulgo Gestapo", a polícia secreta nazista de Adolf Hitler, e anexa a imagem de um carimbo do grupo alemão.
"Diante da utilização de tais dados, há a necessidade de expedição de Ofício Judicial à plataforma de apoio à aplicação da lei, visando a obtenção de eventuais registros vinculados à conta anônima utilizada para a prática da conduta", afirma o relatório da PF ao qual o UOL teve acesso.
O sistema Infoseg, que integra dados de Segurança Pública, foi utilizado irregularmente para acessar informações de Moraes, Denisse e outros envolvidos. A PF descobriu acessos não autorizados a esses dados, revelando falhas na segurança do sistema, que é monitorado pelo Ministério da Justiça.
"A partir desse rastreamento, é possível identificar eventual uso indevido de acesso ao sistema. Quando há, por exemplo, movimentações consideradas atípicas, a equipe de segurança interna identifica o usuário e, imediatamente, bloqueia a conta. Ou seja, a entrada no Sinesp é barrada. Em seguida, as informações são encaminhadas à Polícia Federal", informa o Ministério da Justiça.
O ministério informa que tem colaborado, desde o início, com a investigação da PF e que o acesso por profissionais de segurança pública habilitados a entrar na ferramenta é autorizado pelas instituições às quais estão vinculados.
"Diante disso, como não há indícios de uso indevido do sistema pelas equipes do Sinesp Infoseg, não cabe investigação interna. A competência da apuração, portanto, é da Polícia Federal", escreve o Ministério.
A empresa JHSF, envolvida na Operação Acrônimo, afirma que os pagamentos ao escritório de Moraes se referem a honorários advocatícios. Já a delegada Denisse e o ministro Moraes não comentaram o caso.
Em nota, a JHSF diz ter sido surpreendida.
"Com a preocupante notícia de que os dados pessoais e confidenciais de José Auriemo Neto poderiam ter sido acessados e divulgados de forma ilegal. Confiamos nas autoridades e na apuração para que tudo seja esclarecido. Sem prejuízo, de eventuais medidas judiciais cabíveis", registra a empresa.
Da redação do Portal com informações da colunista Letícia Casado, do site UOL.
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As ações aconteceram entre os dias 4 e 6 de outubro em todo o Estado.
Os envolvidos foram autuados em flagrante também pelo crime de associação criminosa.
Os suspeitos poderão ser processados por tráfico e organização criminosa.
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