08 de outubro de 2024 às 09:19 - Atualizado em 11 de outubro de 2024 às 10:31
Silas Malafaia critica Bolsonaro por se omitir em relação ao Pablo Marçal. Arte montagem: Portal de Prefeitura.
O pastor Silas Malafaia criticou a postura adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o primeiro turno das eleições 2024. Malafaia classifico como "dúbio" o comportamento do ex-presidente para as eleições às prefeituras de São Paulo e de Curitiba, nas quais os prefeitos Ricardo Nunes (MDB) e Eduardo Pimentel (PSD), respectivamente, concorrem à reeleição com apoio do PL, que conta com as candidaturas a vice de cada chapa.
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"Entra nas redes sociais de Bolsonaro e dos filhos dele. (Durante) Toda a campanha, não teve uma palavra de apoio ao Nunes. É como se a eleição de São Paulo não existisse. Que conversa é essa? Bolsonaro é um líder e eu continuo apoiando ele, mas errou estupidamente", afirmou o pastor ao Estadão nesta terça-feira, 8. "Que líder é esse? Sinal dúbio para o povo? Líder toma frente, líder dá a direção." Em resposta, Fábio Wajngarten, assessor e advogado de Bolsonaro, disse que "roupa suja se lava em casa, e não em público".
Na capital paulista, à revelia do acordo firmado entre PL e Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB) concorreu à Prefeitura com adesão significativa entre o eleitorado bolsonarista, segundo pesquisas eleitorais. Já na capital do Paraná, a principal candidata a rivalizar com Eduardo Pimentel (PSD), candidato oficial do ex-presidente, foi a jornalista Cristina Graeml (PMB) - que recebeu sinalização de Bolsonaro na reta final da campanha do primeiro turno.
"Se a gente é severo com a esquerda, se temos caráter, temos que ser sinceros (também) com aquilo que a gente apoia", afirmou Malafaia. "Eu não deixei de apoiar Bolsonaro e de ter consideração por ele. Tenho tanta consideração que estou falando a verdade."
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Silas Malafaia considerou que o clã Bolsonaro foi "covarde" e "omisso" ao não apoiar enfaticamente candidatos com o apoio institucional do PL. "Quem vai fazer aliança com um cara que não é confiável? O que ele fez em São Paulo e no Paraná foi uma vergonha", disse o pastor.
Questionado sobre as declarações de Malafaia, Wajngarten disse que "o presidente Bolsonaro fez o que tinha que ser feito, no momento certo, e foi decisivo para o cenário em São Paulo".
"Se não fosse Bolsonaro, Ricardo Nunes não estaria no segundo turno. Assim como foram decisivos Tarcísio e Malafaia, cada um na sua função, como um time de futebol que não ganha só com atacantes. A fase agora é de distencionamento e, sem orgulho e vaidade, vamos juntos vencer a extrema esquerda em São Paulo. 2026 já começou e precisamos ser mais racionais que emotivos", afirmou ao Estadão.
Em São Paulo, Ricardo Nunes vai disputar o segundo turno, no dia 27 de outubro, com Guilherme Boulos (PSOL) - candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O vice na chapa do atual prefeito é o coronel Ricardo Mello de Araújo, do PL de Bolsonaro. Em Curitiba, Eduardo Pimentel e Cristina Graeml, concorrem ao comando da prefeitura. O vice na chapa de Pimentel é Paulo Martins, do PL.
Estadão Conteúdo
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