16 de novembro de 2023 às 15:57
Em debate sobre igualdade de gênero no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta terça-feira, 14 de novembro, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, defendeu mais recursos para as candidaturas femininas nas eleições de 2024, a fim de superar a sub-representação de mulheres na política nacional.
No evento, que contou com a participação de Janja Lula da Silva, das ex-presidentas Michelle Bachelet, do Chile, e Laura Chinchilla, da Costa Rica; e da ex-primeira-ministra do Senegal, Aminata Touré, a ministra Cida Gonçalves defendeu a meta de uma mulher na política, por município.
“O desafio colocado para nós, no Brasil, é eleger, no mínimo, uma vereadora em cada município no Brasil. Precisamos mudar o discurso: não queremos cota de 30%. Se não vão fazer como no Congresso: tirar os 30% e perdoar a dívida. Queremos a garantia de que nós, mulheres, estaremos sentadas [em cadeiras no Congresso Nacional] e de que, em todas as cidades, teremos mulheres que vão falar. Não queremos ser laranjas”, protestou Cida Gonçalves, ao criticar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Anistia, que visa perdoar os partidos políticos por não cumprirem a cota de 30% de candidatas mulheres nas últimas eleições.
O encontro “Mulheres no poder: estratégias para a implementação do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU para alcançar a igualdade de gênero” foi organizado pelo Ministério das Mulheres, com apoio da Bancada Feminina do Congresso Nacional, do Club de Madrid e da Plataforma CIPÓ, com o intuito de apresentar dados, panorama e formas para cumprir com o objetivo número 5 da ONU.
Ao todo, a Organização das Nações Unidas possui 17 ODS a serem cumpridos até 2030. O quinto ODS apresenta uma série de indicadores para aprimorar a igualdade de gênero e acompanhar processos eleitorais, assim como estimular a presença de mulheres em cargos de decisões e avaliar também o avanço nos direitos políticos das mulheres como um todo.
Conforme lembrou Janja Lula da Silva, o governo atual conta com o maior número de cargos de primeiro e segundo escalão contendo mulheres.
No entanto, no Congresso Nacional, as parlamentares vêm sofrendo ataques diários, e os índices ainda são bastante desiguais, com 17% de mulheres na Câmara dos Deputados e 12% no Senado Federal.
“Temos que subir a régua da discussão. As cotas dos partidos não são o suficiente para nos atender. As mulheres, no Brasil, não conseguem atingir a igualdade em cargos de liderança e não ultrapassam os 18% entre os parlamentares. A legislação eleitoral tem que mudar e nós temos que lutar por paridade meio a meio”, defendeu.
Para Janja, a condução da ministra Cida Gonçalves à frente do Ministério das Mulheres tem se mostrado crucial para avançar na construção da igualdade de gênero. Ela também destacou a atuação das deputadas e senadoras.
“Foi com a atuação dessas parlamentares que o presidente Lula aprovou a Lei de paridade salarial [n° 14.611/23]. Temos que internacionalizar essas políticas. Construímos a Lei de combate ao assédio no ambiente de trabalho [n° 14.612/2023] e seguimos na construção da Política Nacional do Cuidado e do programa Brasil sem Misoginia”, elencou.
Segundo dados da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) de 2022, o Brasil está nas últimas posições em todos os indicadores de presença de mulheres em cargos eletivos em todos os níveis federativos - estaduais e municipais - em comparação com todos os países da América Latina, Caribe e países da Península Ibérica.
Conforme as Nações Unidas, no atual ritmo, o mundo levará 300 anos para atingir a igualdade de gênero.
No mundo do trabalho, mulheres recebem 20% a menos que colegas homens que exercem a mesma função.
A ex-ministra da Justiça e ex-primeira-ministra do Senegal, Aminata Touré, explicou que o país africano hoje possui cerca de 45% de mulheres no parlamento. Para ela, a educação e as escolhas orçamentárias são essenciais para impactar positivamente no futuro das mulheres.
“Temos que assegurar que o nosso governo na África e os governos na porção sul do globo aloquem recursos suficientes para dar suporte à educação das mulheres, assim como o mercado de trabalho precisa oferecer iguais oportunidades. Foi a educação que me levou até onde cheguei”, disse Aminata Touré.
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O levantamento contou com 106 entrevistas junto a membros de fundos de investimentos sediados em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O ex-ministro da Casa Civil chegou a ocupar o cargo entre 1999 e 2005, mas foi cassado em 2005 no escândalo do Mensalão e preso pelo STF em 2013, além de ser detido outras três vezes pela Operação Lava Jato.
Caso a candidatura se concretize, a parlamentar do PSOL será a primeira pessoa transgênero a disputar o cargo no estado.
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