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Considerado "persona non grata", Lula chama de volta embaixador do Brasil em Israel

20 de fevereiro de 2024 às 12:42

O embaixador de Israel em Brasília, Daniel Zonshine, foi convocado pelo Governo Lula na segunda-feira, 19 de fevereiro, para prestar esclarecimentos ao Itamaraty sobre o tratamento dado pela diplomacia israelense ao embaixador brasileiro em Tel-Aviv, Frederico Meyer. Ele saiu da reunião sem falar com a imprensa.

Também nesta segunda, Meyer recebeu uma reprimenda pública do governo israelense pelas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparando a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas ao Holocausto. Na reunião em Jerusalém, o petista foi declarado persona non grata em Israel.

A declaração de Lula é a mais recente de uma série de críticas a atuação de Israel do Hamas em Gaza. Desde os atentados de 7 de outubro, o presidente repudiou os ataques do Hamas e condenou a resposta israelense, que chamou, mais de uma vez, de genocídio.

A comparação da atuação militar de Israel ao Holocausto, quando 6 milhões de judeus foram exterminados pelos nazistas, é considerada um tipo de antissemitismo, por tentar equiparar as vítimas a seus algozes.

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Essa é a quarta vez que Zonshine foi convocado pelo Itamaraty para conversas de reprimenda desde o início do Governo Federal, informaram fontes diplomáticas ao Estadão. A quantidade de reclamações mostra o grau e a recorrência de desgastes no relacionamento recente entre o governo Lula e Israel.

Graus de insatisfação

Na linguagem diplomática, a convocação para reprimenda de um embaixador pela chancelaria do país no qual ele reside é o primeiro sinal de descontentamento na relação bilateral. Um segundo passo, de maior gravidade, é quando um governo manda seu embaixador no país onde ocorre a crise voltar para consultas. O terceiro é o rompimento de relações diplomáticas.

Na atual crise entre Brasil e Israel, Tel-Aviv deu o primeiro sinal de descontentamento ao convocar Meyer para explicações. O Brasil retribuiu com uma convocação de Zonshine, mas deu um passo além ao chamar Meyer de volta ao País. As relações diplomáticas, no entanto, ainda estão mantidas.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, quis expor a Zonshine o descontentamento do governo brasileiro com as reações em série de autoridades israelenses a Lula e com o tratamento dispensado ao embaixador brasileiro em Tel-Aviv.

Nem o governo brasileiro nem a embaixada israelense divulgaram o teor da conversa. O embaixador deixou o Palácio Itamaraty, no Rio, à noite, sem dar declarações a jornalistas.

Em resposta à intervenção de Lula na Etiópia, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, chamou então as declarações de vergonhosas e disse que o presidente cruzou uma linha vermelha. Ele escalou ministros que repetiram as críticas e acusaram o petista de apoiar uma organização terrorista.

Além disso, o governo de Israel disse que Lula não é bem-vindo no país até que ele peça desculpas, num ato que chamou a atenção da diplomacia brasileira pela quebra de protocolos.

Saia justa

Coube ao chanceler Israel Katz anunciar a exigência israelense. Ele levou o embaixador Frederico Meyer para visitar o museu do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém. Em seguida, diante de câmeras e jornalistas o ministrou Katz falou que Lula passaria a ter o status indesejado, em hebraico - a língua oficial de Israel, mas que não costuma ser usada na diplomacia e Meyer não compreende.

O embaixador brasileiro ficou parado e calado diante das câmeras, com semblante constrangido. No entendimento do Itamaraty, os israelenses armaram um "circo" e expuseram o embaixador Meyer, representante de Lula, a uma situação de "humilhação".

Após uma longa reunião matinal, Lula mandou que Meyer fosse chamado às pressas a Brasília. Depois, o MRE anunciou também a convocação de Zonshine. Nas três ocasiões anteriores em que o Itamaraty manifestou descontentamento a Zonshine em privado, longe de câmeras e sem dar declarações públicas. Somente a convocação desta segunda-feira foi divulgada, por nota, em razão da escalada da crise diplomática.

Relação ruim entre governo Lula e Israel

No ano passado, segundo diplomatas da Secretaria de Estado, Zonshine havia sido chamado outras três vezes, por ocasiões em que seu comportamento diplomático gerou insatisfação no governo Lula.

O motivo, em duas ocasiões, foram declarações do israelense à imprensa, de teor crítico ao Brasil e a assuntos internos, após os ataques terroristas do Hamas e por causa do aval de Lula para que dois navios de guerra do Irã atracassem no Porto do Rio.

Lula convoca ao Brasil embaixador em Israel e reluta em pedido de desculpas.

O terceiro e até então momento de maior tensão foi uma reunião em novembro passado, organizada pela embaixada israelense no Congresso Nacional, a fim de expor imagens do massacre terrorista de 7 de outubro a parlamentares.

Compareceram majoritariamente membros da oposição, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro, que se sentou ao lado de Zonshine.

O encontro irritou Lula e governistas. Além da chamada para que Zonshine fosse ao Ministério das Relações Exteriores se explicar, parlamentares do PT passaram a defender publicamente que ele fosse expulso do Brasil.

O embaixador disse que não sabia da presença de Bolsonaro. A interlocutores já disse ter se sentido numa espécie de armadilha.

Estadão Conteúdo

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