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Geisa de Cássia, de 50 anos, precisou ser internada após consumir o doce. A filha de 8 meses, que também comeu, veio a óbito.
24 de abril de 2025 às 19:45 - Atualizado às 20:13
Mulher e açaí envenenado. Fotos: Reprodução. Arte: Portal de Prefeitura
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte está investigando um possível caso de envenenamento que resultou na morte da bebê Yohana Maitê Filgueira Costa, de apenas 8 meses, e na internação de Geisa de Cássia Tenório Silva, de 50 anos. Ambas consumiram açaí com granola entregue por um motociclista no dia 14 de abril, em Natal.
Segundo relatos da família, um dia antes da sobremesa ser entregue, Geisa recebeu um urso rosa acompanhado de chocolates e um bilhete com uma mensagem romântica:
“Depois que te perdi foi que percebi que te amo”.
Geisa segue internada em estado grave, na UTI, após apresentar um quadro de intoxicação. Ela permanece entubada, acordada e em hemodiálise.
Antes da internação, Geisa recebeu três presentes em dias consecutivos. O primeiro chegou no domingo (13), quando um motoqueiro entregou o urso rosa com chocolates e o bilhete. Na segunda-feira (14), ela recebeu um pote de 200ml de açaí com granola e mais chocolates. Já na terça-feira (15), enquanto a família resolvia os trâmites do velório da bebê, outro entregador levou dois novos potes de açaí com granola.
Na noite de segunda-feira, Geisa decidiu comer o açaí guardado no freezer e dividiu a sobremesa com Yohana. Cerca de 40 minutos após a ingestão, a bebê passou mal, foi levada a uma UPA e morreu no mesmo dia. Inicialmente, a família achou que Geisa estava abalada emocionalmente pela perda da criança. No entanto, ao voltar a passar mal na terça-feira, após ingerir novamente o açaí, a situação ganhou novos contornos.
Geisa precisou ser levada às pressas para uma UPA e foi entubada. A gravidade do caso e os sintomas levaram a equipe médica a alertar a família sobre a possibilidade de envenenamento, o que motivou a denúncia à polícia.
Yohana foi sepultada na quarta-feira (16), no cemitério do Bom Pastor II. No laudo fornecido pelo hospital Giselda Trigueiro, a causa da morte não foi determinada, já que os médicos inicialmente consideraram a hipótese de engasgo.
O filho de Geisa, Yago Smith Silva de Andrade, afirmou que a Polícia Civil já esteve na residência e recolheu todas as evidências guardadas pela família. Ele também revelou que uma terceira pessoa, uma mulher grávida, chegou a experimentar o açaí — sem a granola — e não apresentou qualquer reação. Por isso, a principal suspeita é de que a substância tóxica estivesse misturada à granola.
“Ela provou só açaí, sem a granola. Não deu nada nela. A minha mãe só toma açaí com granola. Ela misturou os dois, tomou e deu para a bebê. A gente suspeita que o veneno estava todo na granola”, afirmou Yago.
A família desconfia que um ex-namorado de Geisa esteja envolvido no caso, embora nenhum nome tenha sido divulgado até o momento. Yago também relatou que a mãe da bebê continua em estado de choque.
“Às vezes ela começa a chorar do nada, aí fica melhor. A noite é a hora que ela mais sente falta”, desabafou.
Em nota, a Polícia Civil informou que a investigação está em andamento. O alimento foi encaminhado para análise toxicológica, mas os laudos ainda não ficaram prontos. Por enquanto, não é possível confirmar a causa da morte da bebê.
“O alimento consumido foi encaminhado para análise toxicológica, mas o laudo pericial ainda não foi concluído. Existe a possibilidade de envenenamento, contudo, qualquer afirmação nesse sentido, neste momento, seria precipitada. Testemunhas foram ouvidas e a Polícia Civil segue acompanhando o caso para dar continuidade à apuração dos fatos”, afirmou a corporação.
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