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“Nunca em Olinda um Prefeito fez um Sucessor. Então houve o reconhecimento", afirma Renildo Calheiros

26 de fevereiro de 2018 às 23:57

[caption id="attachment_1972" align="alignleft" width="300"]Foto: Beto Dantas/Portal de Prefeitura Foto: Beto Dantas/Portal de Prefeitura[/caption] Conversamos com Renildo Calheiros sobre seu tempo à frente da Prefeitura de Olinda, que foi de cerca de 8 anos. Ele declarou que Olinda é um município com muitas dificuldades de governabilidade. “Olinda é pequena e tem uma população grande. Basta dizer que ela tem um quarto da população do Recife e a gente arrecada três vezes menos”, destacou Renildo Calheiros. A cidade também possui a peculiaridade de ser cortada por aproximadamente 34 canais, os quais passam, muitas vezes, por baixo de ruas. Nas épocas das chuvas, muitas ruas ficam alagadas porque a água não cabe no canal que fica sob algumas ruas. “Outra coisa: os nossos altos são diferentes dos altos do Rio de Janeiro. Os de lá são de rocha, os nossos são de sedimento. Quando chove, vai essa terra para dentro das galerias, dos canais, é casa desabando, é esse caos”, completou Renildo.  O político declarou que a cidade está entre as cem cidades brasileiras que integram as regiões metropolitanas que tem problema de cidade grande e arrecadação de cidade pequena.  Para exemplificar sua fala, Renildo assim se expressou: “O aeroporto de Olinda é em Recife. A grande maioria de hotéis fica em Recife e em Piedade (Jaboatão). As pessoas vêm para Olinda, mas se hospedam em Recife, ou seja, elas gastam em outro lugar. Para completar, o  comércio de Olinda também possui uma forte ligação com os Shoppings Centers – os quais estão fora do município. “As pessoas saem de Olinda para comprar no Shopping Tacaruna, no Shopping Recife e no Riomar. Ou seja, o dinheiro que circula dentro da cidade é subtraído pela economia das cidades que ficam próximas, no caso, basicamente, Recife”, completou Calheiros. Para contornar questões como essas em sua antiga gestão à frente de Olinda, Renildo deu maiores esclarecimentos. Ele declarou que, conclusivamente, a cidade precisava de um Plano de Desenvolvimento. Seria necessário mudar a infraestrutura da cidade, tanto a parte turística quanto a populacional. Para cada área correspondente às maiores necessidades de Olinda, Renildo e sua equipe estruturaram um vetor de desenvolvimento. Na área do Turismo, ele nos deu alguns dados “Toda essa área que a gente chama de Fortim, mudou. Nós organizamos, trouxemos a via para o outro lado do Fortim, a enlarguecemos, criamos um largo, uma praça aonde são feitas várias festividades da cidade, organizamos tudo aquilo e organizamos todo o Parque da região do Carmo”, declarou o ex-prefeito Renildo continuou: “Todo o entorno ali da Praça, o Sítio de Seu Reis, tudo, nós organizamos. Depois organizamos a Sé. A Sé, como era? Você tinha a praça, que era de terra. Colocamos ali um piso que é o que se usa em todas as cidades históricas. A praça toda ganhou um piso. Colocamos todas as barracas para cima da praça. O que tinha de excedente de barracas a gente organizou, e também padronizamos as barracas”, informou Renildo. A orla de Olinda também recebeu a atenção de Calheiros: “Nós urbanizamos do começo da orla até Paulista. Quem passa na orla hoje acha que isso sempre existiu. Isso custou 23 milhões que eu consegui do Ministério do Turismo. É claro que para fazer é uma obra demorada. Não é fácil”.  Já que Olinda tem problemas importantes na área de arrecadação fiscal, Renildo se dispôs a lutar pela implantação de um Shopping na cidade. “Ele não foi inaugurado na minha gestão, mas apesar disso, lutei muito para que Olinda ganhasse esse projeto. Ele vai ter quase 400 lojas. Ele vai gerar 5.000 empregos diretos. Imagine o que são 5.000 moradores da cidade trabalhando aqui, gerando receita aqui, gerando arrecadação aqui”, asseverou o ex-prefeito. Uma projeção que a Secretaria da Fazenda fez na época era a de que o novo shopping vai gerar perto de 60 milhões de reais por ano no município. Renildo recebeu muitas críticas por lutar para trazer um Shopping a Olinda. Sobre essas críticas, ele declarou que não está preocupado. “Muitos diziam que o problema de Olinda não era falta de Shopping. Não conhecem nada da economia da cidade, sobre geram emprego, gerar negócios, arrecadação. Tudo isso que eu falei só foi porque eu era muito respeitado no Estado e em Brasília. Quando a Luciana Santos era prefeita, eu era deputado, eu a ajudava. Tínhamos muitas amizades em Brasília. Depois eu vim para a prefeitura e ela foi para Brasília, e ficou me ajudando. Se você não tiver a representação política da cidade, a cidade desaparece. Lula me ajudou muito, Dilma me ajudou muito, os ministros me ajudaram muito. Eu tive três mandatos de deputado eu conhecia todo mundo, então eu sabia ir atrás, eu tinha acesso direto aos ministros”, enfatizou Calheiros.  O ex-prefeito citou também a questão da problemática do trânsito em Olinda, que também absorve pessoas que vem de outras cidades “A pessoa vem de Paulista para Recife, tem que passar por dentro de Olinda. A região metropolitana passa por dentro da cidade, quem vem de Igarassu também. Você precisa de vias que comportem tanta gente, carros, ônibus, motos, bicicleta”, atestou o ex-prefeito. Ele continuou: “Concluímos que, para resolver a entrada e a saída de Olinda, era necessária a urbanização de duas grandes vias margeando o Canal Rio Doce, o Canal do Fragoso, o Canal do Bultrins, saindo dentro de Recife. Então estruturamos um projeto arrojado cujo custo é de aproximadamente 400 milhões de reais”. Renildo ressaltou que é preciso muita força política para arranjar o dinheiro. “Não deu para construir na minha gestão porque isso, para acontecer, leva alguns anos. Só a fase de desapropriação terá que lidar com 2.300 casas”, declarou o político.  Todos os projetos mencionados por Calheiros, ele confessa, que precisam vir da União, porque o município não possui verba suficiente para tal. “Eu comecei a reforma do Mercado Eufrásio Barbosa, fui eu que fiz o projeto, fui eu que arranjei o dinheiro. Eu comecei, não consegui terminar. Nunca contraímos empréstimo, nem eu nem Luciana (Luciana Santos, ex-prefeita), para fazer obra. Por quê? Para não endividar o município. Se fizer isso, você torna inviável a manutenção dele para a frente. Mas em cada área nós estruturamos um projeto assim, seja na área do Comércio, seja na área do Turismo, seja na área de Saneamento, seja na área de Mobilidade, tudo coisa grande.  Ao falar sobre os 16 anos em que o PCdoB atuou na Prefeitura olindense, Renildo fez questão de frisar: “Nunca em Olinda um prefeito fez um sucessor, e aqui nós ganhamos 16 anos seguidos para prefeito e para deputado. Então houve o reconhecimento. A Luciana ganhou a primeira vez no segundo turno, e da outra vez, ela ganhou no primeiro turno, e eu ganhei as duas no primeiro turno. Agora é claro, no processo político, quando você há um ciclo de 16 anos, isso gera um desejo de novidade. Depois isso se transforma, porque as pessoas reconhecem quem trabalha.  Às vezes é importante até perder para surgir o efeito comparação”. Renildo Calheiros também fez algumas considerações sobre o atual Prefeito de Olinda, o Professor Lupércio.  Ele declarou que ainda é cedo para fazer uma avaliação. Ele declarou que todo novo prefeito precisa ter um prazo de pelo menos um ano para ter sua gestão analisada em relação ao prefeito anterior. “Nos primeiros meses a pessoa está montando equipe, está pegando os projetos aprovados, tem que mobilizar pessoas, não é fácil administrar uma cidade principalmente com pouco dinheiro”, atestou Renildo. [caption id="attachment_1973" align="alignleft" width="300"]Foto: Beto Dantas/Portal de Prefeitura Foto: Beto Dantas/Portal de Prefeitura[/caption]  Perguntamos ao político quais são suas futuras pretensões eleitorais. Ele disse:  “Tive 3 mandatos de deputado federal, fui vereador em Recife no começo da minha atividade política eleito em 1988, fui prefeito 8 anos, já fui secretário de Luciana Santos, já fui secretário de Arraes, já exerci muita função pública. Mas eu tenho que aguardar o desenvolvimento da conjuntura para ver o que fazer. Mas não estou garantindo que serei candidato. Eu estou analisando, mas também não me nego. Vamos ver o que acontece mais para a frente”.  

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