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Cabo: mulher denuncia PM por estuprá-la em posto do BPRv; advogada pede afastamento do agente

Segundo informações da PMPE, a vítima trafegava em direção à praia de Gaibu acompanhada de uma amiga e de suas duas filhas, de 16 e 9 anos, quando o veículo foi parado por três policiais.

Gabriel Alves

14 de outubro de 2025 às 11:02   - Atualizado às 11:02

Posto do BPRv, no Cabo.

Posto do BPRv, no Cabo. Foto: Google Streetview/Reprodução

Uma mulher de 48 anos denunciou ter sido estuprada por um agente do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) dentro de um posto policial na PE-60, no município do Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife. O crime teria ocorrido na noite da última sexta-feira (10), por volta das 22h30, e foi registrado no sábado, 11 de outubro na Delegacia da Mulher da cidade.

Segundo informações da Corregedoria da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), a vítima trafegava em direção à praia de Gaibu acompanhada de uma amiga e de suas duas filhas, de 16 e 9 anos, quando o veículo foi parado por três policiais durante uma fiscalização de rotina. Após apresentar a documentação do carro e a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), ela foi informada por um dos agentes sobre débitos de licenciamento e multa.

A mulher relatou que havia adquirido o carro recentemente e chegou a contatar o vendedor, que garantiu resolver a pendência na segunda-feira. Ainda de acordo com o depoimento, o policial pediu que ela o acompanhasse até uma área interna do posto, sob a justificativa de que o procedimento fazia parte da abordagem. Dentro de uma sala, o agente teria apagado as luzes, exposto a genitália e tentado forçá-la a manter relação sexual.

A vítima afirmou que tentou resistir, mas o homem a obrigou a praticar sexo oral. Após o abuso, ele teria feito comentários de cunho sexual e a liberado em seguida, permitindo que deixasse o local com as filhas e a amiga.

A mulher contou também que temeu que o policial chamasse os outros dois agentes que estavam no posto. Segundo o relato, o agressor chegou a entregar uma toalha para que ela se limpasse e ordenou que bebesse dois copos d’água “para esconder os vestígios do abuso”.

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"Na saída do quarto, ele disse: 'pegue água para tirar a gala da boca'. Saí de lá de dentro, nem olhei para trás", contou.

Em seguida, anotou o número de telefone dela e a liberou. Do lado de fora, os outros dois PMs ainda estavam no local, e, com medo, ela preferiu não relatar o ocorrido a eles.

No dia seguinte, a vítima procurou a Delegacia da Mulher do Cabo e registrou o Boletim de Ocorrência. Na unidade, reconheceu o suspeito a partir de fotografias apresentadas pelos investigadores. As roupas que usava no momento foram recolhidas, mas, conforme o depoimento, ela não chegou a ser encaminhada ao Instituto de Medicina Legal (IML) para exame pericial.

A mulher também declarou temer represálias, já que o policial teve acesso a seus dados pessoais durante a abordagem. O caso foi encaminhado à Corregedoria da PMPE, responsável por apurar a conduta do agente e identificar os outros dois policiais presentes no posto. O documento de denúncia foi assinado na presença de uma representante da Secretaria da Mulher do Recife.

A Secretaria de Defesa Social (SDS) informou que instaurou um processo disciplinar para investigar a conduta dos envolvidos.

Segundo Maria Julia Leonel, integrante da Comissão de Direitos Humanos da OAB, o caso chegou ao conhecimento da entidade na segunda (13). O Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop) e outras entidades de direitos humanos foram acionados para oferecer suporte jurídico e social à vítima. Os órgãos também pedem afastamento imediato do militar de suas funções.

“A gente faz essa articulação quando estamos diante de casos que violam os direitos humanos institucionais. Então, está havendo essa mobilização, inclusive junto com o Ministério Público, para que a gente consiga fazer essa frente mais ampla”, afirmou a advogada.

Ela acrescentou que, após o depoimento prestado pela vítima à Corregedoria da PM, foi realizada uma reunião com a Secretaria da Mulher de Pernambuco, que se comprometeu a acompanhar o caso e cobrar respostas da SDS para garantir agilidade nas investigações.

“Paralelamente a isso, a gente está articulando como vai ser feita a defesa. Emitimos uma nota para o Ministério Público, requerendo os nomes dos quatro policiais que estavam de plantão no momento da ocorrência e os procedimentos que estão sendo adotados”, completou.

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