Cantor e compositor, iabassê e chef de cozinha, e bloco carnavalesco que completa 100 anos no ano seguinte foram anunciados na segunda-feira, 3 de novembro.
04 de novembro de 2025 às 09:16 - Atualizado às 09:41
Lenine, Madeira do Rosarinho e Carmem Virgínia serão os homenageados no Carnaval 2026 do Recife Foto: Divulgação/PCR
A Prefeitura do Recife anunciou os homenageados do Carnaval 2026: o cantor Lenine, a iabassê Carmen Virgínia e o Bloco Carnavalesco Misto Madeira do Rosarinho, que completa 100 anos em 2026.
Lendário, o Madeira do Rosarinho encabeça o imaginário da festa graças a seu hino emblemático que evoca a luta e resistência de um povo aguerrido. Inconformados com o resultado de um concurso carnavalesco na década de 60, a canção se tornou um desabafo dos descontentes que superou a vendeta e se provou maior que a história, pois a música é símbolo não só de folia, mas de perseverança.
"É um grande merecimento. Eu não estou nem acreditando, é uma alegria e também uma satisfação da comunidade, das pessoas que frequentam o clube, que ficarão muito alegres de saber que Madeira do Rosarinho é um dos homenageados desse carnaval", falou Duca, representante do grupo.
Lenine, que abraça a multidão e desfila seu repertório de hits que enaltecem a cultura de seu torrão natal, sempre lembrado em sua obra autoral de uma longeva carreira de mais de três décadas de bons serviços prestados à música recifense e brasileira.
"Eu me sinto homenageado todo ano. A cada ano eu trago pessoas que nunca conheceram o Carnaval do Recife, artistas e músicos com o intuito de conhecer a cidade quando ela está respirando o morro e vivenciando isso. Faço isso há muitos anos e, para mim, é sempre uma homenagem, porque venho com família, netos, filhos, com tudo. Sempre preparo um show especial, não só no Marco Zero, mas também em outros polos muito interessantes. Eu me sinto realmente homenageado sempre que estou aqui no Carnaval, e este ano vai ser uma consagração, pois se trata de outro momento na minha vida", disse o cantor.
Leia Também
Conteúdos Recomendados
Carmen Virgínia, por sua vez, se integra à festa como preservadora de saberes ancestrais ligados à gastronomia e ao Afoxé Ogbon Obá. Ela também participou como fundadora, em 2018, da primeira edição do Ubuntu, encontro de Afoxés que abençoa a festa e reúne as agremiações em uma cerimônia religiosa que converge para o Marco Zero após a lavagem da Avenida Rio Branco na quarta-feira da semana pré.
"Eu acho que é também uma vitória das mulheres de terreiro, mas é uma vitória das mulheres. De certa forma, eu vim das donas de casa. Eu sou uma cozinheira, neta de merendeira. Isso tem muita importância para aquela mulher que consegue alimentar os seus filhos, que sai de casa cedo, que luta. Eu sou essa mulher, e elas podem se sentir presentes também nessa homenagem. Como carreira, eu só tenho 15 anos de profissão, mas a minha vida toda eu tive um exemplo, que foi a minha avó, servidora pública dessa cidade. Eu nasci nas ruas de Santo Amaro e estou muito feliz, me sentindo privilegiada e emocionada, porque é muito importante a gente acreditar em Deus, nos orixás e na gente mesmo. Esse ano, os homenageados do Carnaval, assim como o Carnaval do meu Recife, vai ter um gostinho a mais, panelas e cheirinho de comida, porque é isso que eu trago. Axé. Viva o Carnaval", comemorou a artista.
Um dos mais tradicionais blocos carnavalescos a desfilar as alegrias e tradições recifenses pelas ruas do maior e mais democrático Carnaval do Brasil, o Madeira do Rosarinho foi fundado no dia 7 de setembro de 1926, como uma dissidência do antigo bloco Inocentes do Rosarinho.
Com mais de 20 prêmios conquistados no tradicional Concurso de Agremiações, realizado pela Prefeitura do Recife, há muitas décadas, o bloco desfila todo ano sua alegria vermelha, branca e verde na festa da capital pernambucana, abrindo alas para um dos mais célebres hinos do Carnaval recifense: “Madeira que Cupim não Rói”, composta por ninguém menos que Capiba, nos idos de 1963.
Mostrando a fama de seu pessoal e trazendo seu estandarte tão original, Madeira do Rosarinho confirma que o Carnaval no Recife é o encontro da história com a alegria e da insurreição com a esperança, para avisar ao futuro que a cultura de um povo é sua raiz mais funda: nunca tem fim.
A recifense Dona Carmem Virgínia é chef, iabassê do Afoxé Ogbon Obá e referência na preservação dos saberes afro-brasileiros no Recife. À frente do Altar Cozinha Ancestral, localizado em Santo Amaro, área central da cidade e reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial, ela transforma memória, fé e técnica culinária em agenda pública de identidade e inclusão.
Ela é idealizadora do Ubuntu, celebração afro-religiosa que antecede a abertura oficial do Carnaval do Recife e reúne grupos de afoxé em um grande rito de purificação e agradecimento aos orixás. A programação começa às 6h, com a preparação do banho de ervas, e segue à tarde com a lavagem da Avenida Rio Branco com as águas de Oxalá.
O cortejo conduz foliões até o Marco Zero em ritual de purificação. Integrado à agenda oficial da Prefeitura do Recife, o Ubuntu homenageia defensores da cultura negra e reforça a ligação entre tradições afro-religiosas e a preservação ambiental.
Cria do bairro da Boa Vista, onde o Recife aprendeu a brincar Carnaval, Oswaldo Lenine Macedo Pimentel é um carnavalesco de nascença, que viria a se confirmar um dos mais celebrados e profícuos artistas de sua geração e de todos os tempos da música pernambucana, nas ruas coloridas e suadas das mais autênticas tradições de seu povo.
Filho de família amorosa, numerosa, politizada e musical, aprendeu cedo a celebrar a vida em verso e prosa, acorde e refrão. Fazendo do violão um aliado contra a timidez, o jovem que trocou a faculdade de engenharia química pelos palcos cresceu junto com a vontade de cantar e encantar a cidade que sempre foi sua menina dos olhos de mar, a quem deu o coração, um bocado de orgulho e alguns de seus mais evocados refrões.
Reconhecido em todo o Brasil e até fora dele, sagrou-se Lenine, “cantautor” profícuo e incansável, que já ganhou seis vezes o Grammy Latino, por algumas de suas mais de 250 composições, que fazem bater cada dia mais forte o coração do folclore nordestino.
Da redação do Portal com informações da PCR
1
2
3
4
13:47, 11 Nov
29
°c
Fonte: OpenWeather
O suspeito, que de acordo com a delegacia, é uruguaio, mas morava em solo brasileiro há um tempo, conheceu a mulher no carnaval do ano passado.
O IPCA registrou elevação de apenas 0,09% em outubro, em queda frente aos 0,48% de setembro, impacto da energia elétrica foi decisivo.
De acordo com a PF, duas mulheres são suspeitas por receber encomendas da Suécia contendo substâncias utilizadas como adulterantes da cocaína.
mais notícias
+