13 de dezembro de 2024 às 13:40 - Atualizado às 13:56
Colunista Edinázio Vieira. Foto: Divulgação
O vazio cultural, intelectual e espiritual é resultado das políticas fundamentalistas aplicadas pela extrema-direita no Brasil. O conservadorismo, de fato, perpetuou o atraso. A polarização ideológica entre os radicais de direita e esquerda evidencia a falta de profundidade no debate e o baixo nível de preparo de muitos envolvidos.
Fundamentalistas religiosos, frequentemente, recorrem à demagogia para agradar uma plateia desinformada ou, muitas vezes, agem a partir de sua própria ignorância. No Congresso, essa postura encontra espaço, com parlamentares que discursam com desenvoltura sobre temas complexos sem o devido embasamento.
A castração química, ao contrário do que muitos acreditam, não elimina o desejo perverso do pedófilo. Esse desejo está enraizado na psique. Ninguém nasce com esse transtorno; ele é fruto de uma série de fatores, como desajustes sociais, familiares e econômicos. A desigualdade na distribuição de renda e a ausência de políticas públicas eficazes criam condições para que indivíduos sejam moldados pelas perversidades de uma sociedade capitalista e desumana.
Como surge um pedófilo? Como se desenvolve esse comportamento? Será que os idealizadores do projeto de castração química entendem essas questões? Subir a uma tribuna para destilar ódio e preconceitos é fácil; o difícil é estudar o tema com seriedade e se informar antes de propor soluções simplistas.
A pedofilia é um problema que reside no inconsciente e não apenas no cérebro. Os desejos perversos têm raízes profundas na psique, mas essa dimensão psicológica é frequentemente ignorada por políticas que priorizam punições arbitrárias. A aplicação de drogas para inibir a produção de testosterona pode causar graves efeitos colaterais, como prejuízos cognitivos, depressão, apatia e tendências suicidas. Entretanto, tais medidas não eliminam o desejo perverso e podem até agravar os comportamentos.
A solução para essa questão deveria focar no tratamento psicológico e na prevenção, visando reduzir os danos causados por essa monstruosidade. Muitos pedófilos podem ser vítimas de abusos sofridos na infância, perpetuando um ciclo de violência que precisa ser interrompido com medidas efetivas.
Uma sociedade que ignora as nuances dessa problemática e adota punições draconianas aproxima-se de práticas fundamentalistas, como as do Talibã, e faz isso, muitas vezes, em nome de Deus. É paradoxal que cristãos, que deveriam seguir os ensinamentos de Jesus sobre amar o próximo e orar pelos que os perseguem, alimentem discursos de ódio e ações desumanas.
1
2
4
18:29, 13 Jan
28
°c
Fonte: OpenWeather
O colunista é mestre em gestão, professor e consultor empresarial.
"Pós-pandemia, vivemos em um mundo de "espelho trincado", onde a imagem é distorcida. Então, busca-se a magia da descoberta do "eu", escreve colunista.
O colunista é mestre em gestão, professor e consultor empresarial.
mais notícias
+