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Artigo: Adeus, velho mundo - Por Edinázio Vieira

"A velocidade da ciência, das informações, atropela a capacidade cognitiva humana. As descobertas podem exibir formas diferentes de vidas longe ou próximas do planeta solar", escreve colunista.

08 de abril de 2025 às 18:38   - Atualizado em 23 de abril de 2025 às 16:03

Colunista.

Colunista. Foto: Arte/Portal de Prefeitura

Talvez muitos não percebam as coisas que ocorrem no mundo, ou bem pertinho de nós. A civilização foi acelerada, e a ficção cinematográfica que previa uma geração diferente já é uma realidade. Os gênios dos séculos XV até XIX não tinham instrumentos para capturar informações vindouras. Sigmund Freud, quando escreveu O Mal-estar na Civilização, talvez tenha se antecipado a alguns fatores psíquicos e comportamentais. Nem Galileu, nem Albert Einstein projetaram o que ocorre hoje na tecnologia, na física quântica.

A velocidade da ciência, das informações, atropela a capacidade cognitiva humana. As descobertas podem exibir formas diferentes de vidas longe ou próximas do planeta solar, pois o universo visível é 0,001; o resto é desconhecido. O que conhecemos é feito de átomos. Há uma energia escura que compõe o maior percentual do universo, e ela não é feita de átomos. Essa descoberta pode abalar tudo que cremos, tudo que acreditamos. Essa seria a revolução cósmica — e a máscara do mundo seria retirada.

Contudo, esse pensamento construtivo pode separar o humano do humano. Na época de Jesus de Nazaré, existiam pessoas em extrema pobreza financeira, econômica, cultural e espiritual. Podemos perceber isso quando Jesus cura um leproso que vivia num gueto isolado junto com outros; a prostituta que iria ser apedrejada; a mulher grega que foi temporariamente discriminada por pertencer a outra religião; os sacerdotes que “ditavam, casavam e batizavam”. Isso cresce silenciosamente entre essa geração: a lepra, as discriminações — vêm com outras máscaras.

A tecnologia trouxe impacto à forma de vida humana. Quando surgiu a agricultura, o homem deixou de caçar e passou a ingerir carboidratos, plantando e regando a terra. Com isso, foram surgindo os sintomas modernos: problemas na dentição, dores nas costas. Quando chegou a Revolução Industrial, surgiram as compulsões psíquicas, as doenças nervosas.

Hoje podemos afirmar que Freud estava além do seu tempo, quando disse que a mente podia todas as coisas, menos ser razoável. Pois essa fantasia busca, idealiza — mas essa nova fase da modernidade resolveu emparedar o humano e modular o seu cérebro. Observe que, ao longo dos anos, o tamanho do crânio mudou. Podemos olhar para os séculos passados e perceber isso. Contudo, o que está sendo transformado é a diferença entre as pessoas. É o aumento do déficit cognitivo, é o elevado número de diagnósticos de autismo, de TDAH, além do baixo nível de QI da população. Há um cenário desastroso: o velho mundo morreu e surgiu um novo mundo desconhecido.

A sociedade humana está mudando. Alguns perderão a consciência e nem terão ideia disso, enquanto outros serão verdadeiros produtos de laboratórios. Mas não serão fabricados naqueles ambientes exibidos pelos filmes de ficção; estão sendo produzidos agora, na sala da sua casa, na escola, nos jogos eletrônicos. O córtex pré-frontal desses jovens está mudando a cada dia com o volume de informações pré-codificadas que recebem. Esses “vírus” de informações não virão de outros planetas, e sim das redes sociais e da IA.

Teremos uma “guerra” mística: ciência x religião, filosofia. Uma classe dominante dará as cartas — não muito diferente do que ocorre hoje. Contudo, a maioria, maior que o percentual de hoje, viverá em extrema pobreza e “felizes”, pois serão idiotas e cretinos que foram paridos pelas telas digitais e pelo sistema governamental.

O mundo velho já se foi. A memória sumiu. A civilização não precisou conduzir ninguém a um laboratório para fazer aquelas transformações extraterrenas que assistimos nas telas dos filmes de ficção, onde as pessoas eram mudadas. Nem é necessário infectar pessoas com vírus de laboratório para que essas percam a cognição. Tudo isso está ocorrendo através da IA, das mídias sociais, dos vídeos etc. Observem: o humano não consegue viver sem um aparelho celular, sem um computador, sem uma tela. Independente da idade — seja ele de 2 anos ou 80 — todos estão *prisioneiros* e conectados. Esse novo comportamento que foi projetado obteve resultados surpreendentes: baixo poder de concentração, compulsão, ansiedade, déficit cognitivo e menos pensamento crítico. Cérebro menos impulsionado, cérebro mais parado.

O universo está sempre em movimento. Há uma conexão entre o que vemos e o invisível. Mas passamos a ser uma espécie de papel picado jogado de uma torre. Deixamos de gerenciar para sermos gerenciados. Assim, a humanidade não conseguirá sobreviver aos desafios da natureza. Seremos alguma coisa no futuro... talvez voltaremos a *habitar os galhos*, e outra raça poderá nos dominar. Essa possibilidade nos assusta, nos ronda. Pois estamos embriagados pelo feitiço que fabricamos — e assim caminhamos para uma cratera perigosa, onde o resultado já pode ser previsto como apocalíptico.

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