14 de março de 2025 às 20:44 - Atualizado em 20 de março de 2025 às 16:02
Edinázio Vieira Arte: Portal de Prefeitura
É comum ouvir queixas dos perdedores, das reclamações e daqueles que vivem no insucesso. As histórias são diversas: perdi o emprego, não passei no concurso, estou sem dinheiro, não consegui concluir os estudos, sou azarado... Ufa!
Encontramos pessoas assim em cada esquina, o popular “coitadinho”. Contudo, esse é um olhar caótico. Trabalhar com o adverso, tentar superar limites, bater metas é fundamental para o desenvolvimento do ser humano.
Mas vivemos num momento complexo, onde se valoriza o silêncio e o drama. Basta analisar as músicas cultuadas e ouvidas no Brasil.
É de extrema estupidez essa valorização da sofrência, do desiludido, do traído. Essa cultura musical destrói todos os padrões do lastro egoico quando ouvida compulsivamente: entra nos lobos temporais causando um estrago de menos-valia, de baixa importância, que vai refletir nas competições.
O equilíbrio emocional é alterado, pois o formato e o grupo ao qual esse "coitado" pertence já é uma confraria da miséria emocional.
As emoções devem ser trabalhadas para que, nas adversidades, no momento ruim, se tenha lastro egoico para controlar os sentimentos – que, muitas vezes, desabam na hora errada.
Muitos gestores, médicos, juízes, policiais perdem o controle e colocam vidas em risco – ou lenha na fogueira. Estamos cansados de receber vídeos com juízes e advogados aos berros, procuradores descompensados e policiais surtando em plena atividade.
Percentuais alarmantes dos crimes que ocorrem exibem falta de controle emocional das pessoas envolvidas. Tudo isso é derivado do ranking ao qual pertencemos: a nação mais ansiosa do mundo.
E é assim que somos carimbados. Somos assim por vários fatores, e essa forma de vida cultural, social e profissional nos conduz para uma prisão perpétua.
Vivemos sob os efeitos da cachaça, ansiolíticos, estimulantes; outros se adentram na jogatina, na religião, nas doutrinas políticas e em vãs filosofias. Estamos na nação da prótese e do paliativo.
As emoções são vividas, nunca trabalhadas ou reguladas. Com todas essas dificuldades sociais, financeiras, culturais e educativas, onde a régua de crescimento e a autoestima são rasas, a alternativa é inexistente para uma educação consistente – na qual as pessoas teriam oportunidade de autoconhecimento, consciência da realidade e saberiam distinguir entre aventuras, fantasias e projetos exitosos. Nesse raciocínio, seria possível reconstruir pessoas, famílias e grupos.
Pessoas desajustadas, desorientadas, feridas emocionalmente, gente que sofre bullying, violentadas, humilhadas, escravizadas por grupos dominantes, filhos sem pais, sem mães, moradores de rua, de comunidades dominadas pelo tráfico, por milícias, gente sem uma renda justa para alimentar a família... Essas são condenadas antes mesmo do julgamento.
Perdem antes de competir. E quando algumas conseguem furar a bolha, são condenadas a viver com problemas psíquicos graves – e muitas desenvolvem transtornos graves ou problemas neurológicos.
Cuidar de humanos é diferente de cuidar de onças, insetos ou vacas. Gente precisa interagir, ter acolhimento – e tudo isso no tempo certo.
Senão, a nação estará incubando monstros, assassinos, perversos fantasiados de governantes e políticos. Ou cuidamos agora das emoções desse povo, ou seremos, em breve, um grande hospício – ou um lugar onde ocorrerão várias barbáries. Os surtos psicóticos e as perversidades terão vez num lugar chamado Brasil.
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