Banco Central desliga o Drex, projeto do real digital com blockchain. Créditos: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Nos últimos quatro anos, o Banco Central do Brasil (BC) conduziu o projeto Drex, a versão digital do real baseada em tecnologia blockchain. Contudo, em uma reunião realizada em 4 de novembro de 2025, a autoridade monetária comunicou a decisão de desligar a plataforma Drex a partir do dia 10, encerrando essa fase do real digital.
O desligamento do Drex se deve a problemas técnicos e regulatórios, notadamente a incapacidade da infraestrutura atual, baseada na blockchain Hyperledger Besu, de atender plenamente aos requisitos de privacidade, segurança e sigilo bancário exigidos pelo sistema financeiro brasileiro. Além disso, o custo operacional se mostrou elevado demais para viabilizar a continuidade do projeto na forma apresentada até então.
Desde o início, o Drex buscava modernizar o sistema financeiro, facilitando transações por meio da tokenização dos ativos e liquidação instantânea. Porém, no caminho enfrentou desafios significativos:
Diante desses obstáculos, o BC optou por desativar a infraestrutura atual usada no piloto e repensar o desenvolvimento do real digital para uma nova fase, que deve iniciar no próximo ano, com tecnologia e design a serem definidos.
Segundo relatos da imprensa especializada e fontes próximas ao BC, a terceira fase do projeto Drex deve ocorrer em 2026, com foco em definir casos de uso antes da escolha tecnológica. A decisão representa um reposicionamento estratégico para que a nova versão da moeda digital estatal atenda aos requisitos de mercado, regulação e experiência do usuário.
Apesar do fim da versão atual do Drex, especialistas e participantes do projeto reconhecem os legados deixados, como o avanço na experimentação da tokenização e os aprendizados para a agenda de digitalização do sistema financeiro nacional. O BC deve continuar explorando soluções inovadoras, possivelmente afastando-se do uso da blockchain tradicional.
O caso brasileiro ilustra os desafios enfrentados globalmente por bancos centrais na implementação das chamadas Moedas Digitais de Banco Central (CBDCs). Em 2025, um estudo indicou que 137 países e uniões monetárias pesquisam ou desenvolvem CBDCs, mas poucos avançaram para implantação concreta devido a barreiras técnicas, regulatórias e de adoção.
Enquanto isso, as stablecoins privadas ganharam terreno, oferecendo liquidez e inovação nos mercados financeiros, pressão que mantém o debate sobre a melhor abordagem para o real digital.
O encerramento do Drex marca uma fase de pausa e reflexão para o Banco Central e o mercado financeiro brasileiro. A definição dos novos rumos e tecnologias será decisiva para o futuro digital da moeda do Brasil.
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