24 de janeiro de 2025 às 16:31 - Atualizado às 16:38
vice-presidente da República, Geraldo Alckmin - Foto Antonio Cruz/ Agência Brasil
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta sexta-feira, 24 de janeiro, que a safra agrícola recorde e a redução do dólar frente ao real são fatores que ajudarão a reduzir o preço dos alimentos neste ano, assunto que se tornou o principal tópico da agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus auxiliares nesta semana. Alckmin lembrou ainda que "outros estudos" estão sendo feitos pelo governo.
"Vamos aguardar, mas a iniciativa é positiva", afirmou o vice-presidente a jornalistas após participar de evento na UGT, em São Paulo.
Ele lembrou que, em 2024, uma seca intensa prejudicou algumas produções e que a colheita neste ano, recorde, vai tirar a pressão sobre os preços.
"A outra é o dólar. Você tem fertilizante, combustível, equipamento, muita coisa que é contaminada pelo dólar. Então, com a redução do dólar, também vai ajudar. Hoje já teve uma quebra", afirmou Alckmin, que citou também os estoques reguladores da Conab e a desoneração da cesta básica que foi aprovada na reforma tributária.
Mais cedo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo atuará na redução da alíquota de importação de alimentos que estiverem mais caros no mercado interno em relação ao mercado internacional.
"Todos os produtos que tiverem preço interno maior do que o externo, vamos atuar imediatamente na alíquota de importação", disse.
O dólar ampliou o movimento de queda verificado no começo da manhã da última quarta-feira, 22, e furou a marca de R$ 6,00 pouco antes das 11 horas (de Brasília). A moeda norte-americana registrou às 10h59 mínima de R$ 5,9880 (queda de 0,71%) no mercado à vista.
O analista da Nova Futura Investimentos Alan Martins atribui a extensão da queda do dólar ante o real, pelo terceiro dia seguido, à abordagem mais lenta e moderada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotando medidas isoladas e gradativas, reduzido o impacto temido pelo mercado.
"Trump está seguindo padrões de seu primeiro mandato. Isso favorece investidores institucionais e estrangeiros, que aumentam suas posições vendidas em dólar", observa Martins.
O analista prevê que o dólar pode chegar a R$ 5,960 até 31 de janeiro.
Caso os dados de arrecadação do governo venham acima das previsões, como sinalizou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a queda da divisa pode acelerar, beneficiando o real, avalia Martins.
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