08 de fevereiro de 2024 às 08:59
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira, 8 de fevereiro, uma operação para apurar a organização criminosa responsável por atuar em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Com o nome de Operação Tempus Veritatis (hora da verdade, em latim), a ação da PF mira no ex-presidente Jair Bolsonaro, e aliados como Braga Netto, Augusto Heleno e Valdemar Costa Neto.
A operação também já prendeu os ex-assessores Filipe Martins e Marcelo Câmara.
Segundo a Polícia Federal, estão sendo cumpridos um total de 33 mandados de busca e apreensão, além de quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão.
Entre elas, estão a proibição de manter contato com os demais investigados, suspensão do exercício de funções públicas e proibição de se ausentarem do País.
Jair Bolsonaro foi sujeito a medidas restritivas, como a exigência de entregar seu passaporte às autoridades dentro de um prazo de 24 horas.
Há mandados de prisão preventiva contra:
Entre os mandados de busca estão:
As medidas judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e a operação acontece nos Estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
Segundo a PF, o Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.
"Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado".
"Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital", diz a PF.
"O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022", acrescenta.
"O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível", conclui.
Estadão Conteúdo
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