12 de novembro de 2024 às 16:31 - Atualizado às 16:41
Pastor trans Heliano Ferreira Foto: Reprodução/ Redes Sociais
Em maio deste ano, a Igreja Apostólica Kaléo Chamados em Cristo chamou atenção em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, por se autodenominar um templo inclusivo e ser liderada por um casal LGBT. À frente da igreja estão a pastora Maiara Heli e o pastor Heliano Ferreira, um homem trans.
"Por mais que 90% da sociedade fale que os LGBTs não herdarão o reino do céu, depois que conheci o Evangelho, eu sei que Jesus me aceita", afirmou Heliano em entrevista ao UOL, ao compartilhar sua trajetória semelhante à de muitos LGBTs.
Heliano, hoje com 45 anos, foi criado em uma família católica tradicional e relatou ter enfrentado preconceito religioso durante anos.
"Minha família sempre foi muito preconceituosa com pessoas LGBTs. Chegou um ponto em que eu pensei: como eu vou ter um relacionamento com outra menina? Eu não posso. Eu sou sapatão? Eu vou para o inferno, minha mãe vai me dar uma surra", relembra ele, sobre o momento em que começou a perceber sua atração por mulheres, um sentimento que escondeu até os 34 anos.
Ao finalmente se assumir lésbica, encontrou apoio surpreendente de sua mãe e amigos.
"Elas me disseram que eu já tinha um jeito de 'sapatão'", relembra. "Sempre soube que você era 'sapatão'", acrescenta, destacando que, apesar da aceitação, ainda carregava o peso de enxergar sua identidade como um pecado perante Deus.
Sua visão mudou quando recebeu um convite para o culto de uma igreja inclusiva, onde conheceu o Evangelho e também sua esposa, Maiara, com quem está há sete anos. Juntos, decidiram fundar a Igreja Kaléo, cujo nome é interpretado como "chamado" ou "vocação".
"Não vivo em promiscuidade, eu sou esposo de uma mulher só, casei diante de Deus e pela lei, porque hoje ela garante isso. Pior são homens e mulheres em cima de altares, mentindo para si próprios, para a sociedade e para Deus. Esses, sim, acho que irão pagar uma conta alta com Deus", declara Heliano.
Antes da fundação da igreja, Heliano iniciou sua transição de gênero, com o apoio da esposa e dos filhos, realizando tratamento hormonal para desenvolver características masculinas, como a barba, um de seus desejos. Em 2020, ele foi diagnosticado com câncer de mama e passou por uma mastectomia.
"Agora, estou 100% Heliano, vivendo o que sempre quis viver e sem câncer. Estou em remissão há 3 anos, fazendo exames todos os anos, mas graças a Deus sem vestígios de volta do câncer."
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