18 de maio de 2018 às 02:16
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A quantidade de informações de natureza penal através da mídia tem sido avassaladora nos últimos meses. A impressão que se tem, analisando superficialmente esse contexto, é de que o cidadão está recebendo uma educação em direito penal com uma qualidade indiscutível. Muitos são os comentaristas que, através de veículos como telejornais, revistas, blogs e afins, tem discutido, com ar de profundo conhecimento, a atual crise politica no país. Apesar da enxurrada de vídeos e áudios de delações, de documentos mostrados, de “furos de reportagem”, algo me preocupa. Muita documentação mostrada pelos meios de comunicação não é homologada pela Justiça. Muito das informações que chocam não se sustentam para a construção de uma sentença condenatória como muitos de nós desejamos. Em nome de “furos jornalísticos”, muitos veículos midiáticos prestam um desserviço à população – e, consequentemente, ao eleitor que, este ano, vai escolher representantes políticos importantes. Perguntei recentemente a dois juristas bem conhecidos no Estado o que eles achavam sobre as inumeráveis informações jornalísticas sobre a Lava-Jato. Perguntei se acreditavam que isto tem um papel educativo para o eleitor, ou se transtorna a autoestima do brasileiro. Ouvi respostas interessantes. Ambos se disseram preocupados com Processos cujos detalhes, que deveriam correr em segredo de Justiça, aparecerem em telejornais. Além disso, também falaram sobre as “provas” – assim apresentadas – de certos crimes praticados por pessoas públicas, mas que terminam por não ser utilizadas pela Justiça. O que a mídia faz com você, eleitor? O que você tem visto, ouvido e lido tem despertado em você a vontade de usar seu voto para mudar o país? Ou você tem sido mais um que, em conversas com amigos e familiares, mostra uma total desesperança no futuro do Brasil? É necessário que tenhamos cuidado ao digerir aquilo que é publicado contra ou a favor de um político. É necessário treinar o olhar para enxergar as entrelinhas que existem em algumas reportagens. Será que a informação tem coerência, ou é baseada no sentimento de alguém? Se um grupo de pessoas quase que diviniza um personagem político, ou lhe é contrário, de que forma são repassadas as razões para tal? Ou tais razões são obscurecidas por slogans ou palavras de ordem? Numa certa oportunidade, num evento de cunho jurídico, conversei com a Deputada Estadual Priscila Krause. Ouvi dela uma preocupação que não é muito mencionada pelas pessoas em geral. Ela disse que todos nós temos, de alguma forma, podemos ter acesso às fontes das informações. Só que muita gente prefere não beber direto destas fontes. Acrescentando minhas palavras à fala da Deputada, eu diria que a maior parte da população prefere ouvir ou saber através de “filtros respeitáveis”. Estes “filtros” são pessoas a quem respeitamos, jornais a quem atribuímos imparcialidade, líderes a quem devotamos grande confiança. O perigo dos “filtros” é acreditar que, por causa deles, nos é dispensável procurar saber se o que é dito, é mesmo da forma com que é dito, e possui a intenção que lhe deve ser atribuída. Fui professora durante nove anos. Certa vez, comecei uma aula e, propositalmente, escrevi conceitos equivocados no quadro negro. Deixei passar uns vinte minutos. Vi uma sala com mais de cem alunos escrevendo coisas que eram visivelmente, erradas. Então, subitamente comecei a apagar as frases do quadro. A sala inteira protestou. Então, eu disse que os conceitos estavam distantes de serem verdade. Após o choque dos alunos (diga-se, um grande choque!), comecei a explicar que, por eu ser professora, não deveriam me seguir cegamente. A busca pelo conhecimento precisa ter um esforço. O que eu esperava naquela ocasião era deixar que alguns jovens da próxima geração aprendessem a importância do exercício do pensar criticamente. O que eu gostaria de deixar para você, leitor, é a mesma lição que dei a meus alunos há alguns anos. Da próxima vez que tomar conhecimento de um fato envolvendo um político, pare e pense. E se alguém não está dizendo toda a verdade? Vale a pena procurar as fontes. Exercite o pensamento crítico, porque, neste ano, você tem a oportunidade ímpar de fazer diferença nas urnas. E, em tempos de tantas fake news, urge que sejamos capazes de votar com a responsabilidade devida. As leis não vão mudar sozinhas. O Congresso não vai ser transformado à revelia do povo brasileiro. Use a sua voz, não apenas para protestar ou apoiar o que quer que seja nas redes sociais. Grite que quer um Brasil melhor, mais justo. Seu grito é seu voto, leitor. Você será uma voz que se calou e que se tornou conivente para com os corruptos que estão no poder? Ou você vai gritar, através do voto, que quer mudança? Eu, sinceramente, espero que você não se cale através de um voto em branco ou nulo. Eu espero que esta seja uma geração de brasileiros que grite. Não se trata do grito dos “panelaços” nem “buzinaços”; não é o grito dos discursos de ódio ou de fanatismo cego ou prol de algum “candidato messiânico”. É o grito da dignidade de quem vota consciente. Não se trata de uma cédula que você deposita numa urna eletrônica. É um grito, em algo e bom som, que você pode dar para que você mesmo, seus filhos e sua família, tenham a chance de viver num país melhor.
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