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Cidades com menor IDH de Pernambuco revelam desafios históricos no acesso à saúde, educação e renda.
20 de maio de 2025 às 17:54 - Atualizado às 18:38
Bandeira de Pernambuco na Lama Foto: Luiz Fernandes
O mais recente Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou um panorama preocupante sobre a qualidade de vida em diversos municípios de Pernambuco. O levantamento atualizou os Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) e apontou as cidades que enfrentam as maiores dificuldades nas áreas de saúde, educação e renda.
Carnaubeira da Penha, no Sertão do São Francisco, aparece com o menor IDH-M do estado, com índice de 0,487. Em seguida vêm Paranatama (0,509), Jaqueira (0,510), Santa Filomena (0,519) e Casinhas (0,522). Completam a lista das dez cidades com pior desempenho: Pedra, Ilha de Itamaracá, Inajá, São José da Coroa Grande e Jataúba — todas com índices abaixo de 0,530, considerados muito baixos segundo a metodologia adotada.
O IDH-M é um indicador que avalia o nível de desenvolvimento humano a partir de três pilares fundamentais: longevidade, educação e renda. Nesses municípios, a combinação de baixa escolaridade, acesso precário a serviços de saúde e oportunidades econômicas limitadas contribui para um ciclo persistente de pobreza e exclusão social.
Em Carnaubeira da Penha, por exemplo, a renda média mensal da população é uma das menores do estado, e os índices de alfabetização e acesso a ensino superior estão entre os mais baixos do país. Além disso, o atendimento de saúde básico é limitado, com falta de infraestrutura hospitalar e profissionais especializados.
Especialistas apontam que essas cidades compartilham um histórico de negligência estrutural, baixa presença do Estado e dificuldades de acesso a políticas públicas de longo prazo. “Esses números revelam desigualdades regionais profundas que ainda marcam o interior de Pernambuco. São territórios que precisam de um olhar específico e planejado do poder público”, afirma um pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Embora algumas iniciativas estaduais e federais estejam em curso para melhorar os indicadores sociais, os avanços ainda são tímidos frente à dimensão dos desafios. A expectativa é que, com os dados atualizados do Censo 2022, gestores públicos possam tomar decisões mais informadas e promover políticas eficazes voltadas ao desenvolvimento humano dessas populações historicamente marginalizadas.
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