Dois clarões luminosos causados por asteroides colidiram com a Lua em 48 horas. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Um fenômeno raro chamou a atenção da comunidade científica e observadores do céu nos últimos dias: em um intervalo de apenas 48 horas, dois clarões brilhantes foram detectados na superfície da Lua, causados por impactos de asteroides. Os registros foram feitos por Daichi Fujii, um astrônomo amador japonês e curador do Museu da Cidade de Hiratsuka, responsável por manter um sistema automatizado de telescópios para monitorar a Lua.
Na quinta-feira, 30 de outubro, e no sábado, 1º de novembro, Fujii capturou os clarões provocados pela colisão de asteroides que atingiram a Lua em velocidades próximas de 96.560 km/h. A primeira explosão luminosa foi observada próxima à cratera Gassendi, com cerca de 112 km de diâmetro, enquanto a segunda ocorreu no lado oeste da vasta planície vulcânica conhecida como Oceanus Procellarum, ou "Oceano das Tempestades".
Esses eventos chamaram atenção não apenas pela frequência incomum, mas pela intensidade dos clarões, considerados acima da média pelo Centro de Coordenação de Objetos Próximos da Terra, da Agência Espacial Europeia (ESA). A dupla observação simultânea por diferentes telescópios no Japão afastou a hipótese de interferência causada por raios cósmicos, comprovando tratar-se de impactos reais.
A Lua, apesar de parecer um corpo celeste estático a olho nu, é alvo constante de pequenos meteoritos e fragmentos espaciais. Os registros dos impactos recentes reforçam a ideia da Lua como um laboratório natural para o estudo das colisões cósmicas, além de servir como alerta para riscos semelhantes na Terra.
Estes dados são fundamentais para melhorar as estimativas da frequência e energia dos impactos, o que pode influenciar diretamente o planejamento de futuras bases lunares. Com iniciativas crescentes de exploração espacial e planos para estabelecer habitações permanentes no satélite, compreender o ambiente de riscos causado por fragmentos espaciais é crucial para a segurança dessas missões.
Especialistas sugerem que os objetos que atingiram a Lua podem estar relacionados à chuva de meteoros Taurídeos, associada ao Cometa Encke, conhecida por desprender fragmentos maiores do que o habitual. Isto explicaria o tamanho e a energia liberada nos impactos recentes.
Fujii destacou que sua motivação é popularizar a ciência e convidar o público a apreciar esses fenômenos naturais surpreendentes que acontecem diariamente acima de nós, mas que passam despercebidos sem a tecnologia adequada.
Enquanto a NASA enfrenta paralisações temporárias devido a restrições orçamentárias, alguns observatórios de defesa planetária continuam operando, embora a Agência Espacial Europeia não tenha conseguido registrar os impactos devido à claridade na Europa no momento dos eventos.
Esses clarões renovam o interesse pelo acompanhamento sistemático do satélite e sua dinâmica como alvo constante de bombardeios espaciais que moldam sua superfície — e podem, no futuro, representar desafios ou indicações importantes para a presença humana permanente no espaço.
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As observações indicam também a presença de moléculas de água se desintegrando sob a ação da luz solar, algo comum em cometas ativos.
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