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Artigo: Amizade não é liderança: Gilson Machado e a fragilidade política em Pernambuco

Por Fabiano Andrade Economista, Psicanalista e Especialista em Neurociência

24 de março de 2025 às 14:00   - Atualizado às 14:28

Ex-Presidente Jair Bolsonaro (PL) com o então ministro do Turismo, Gilson Machado Neto

Ex-Presidente Jair Bolsonaro (PL) com o então ministro do Turismo, Gilson Machado Neto Imagem: Alan Santos/PR

Na política, amizade e influência não são sinônimos de liderança. O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, conhecido por sua lealdade a Jair Bolsonaro, tenta se consolidar como uma referência política em Pernambuco, mas esbarra na desconfiança do próprio eleitorado de direita. Os números das urnas deixam isso claro: a base que antes parecia sólida não se converteu em votos expressivos, revelando um cenário de fragilidade.

Em 2022, quando disputou o Senado por Pernambuco, Gilson Machado obteve 1.016.342 votos (18,85%), ficando atrás de Teresa Leitão (PT), que venceu a eleição com 46,12% dos votos. Já em 2024, quando lançou-se como pré-candidato à Prefeitura do Recife, sua candidatura só demonstrou a sua fragilidade nas urnas e perda de capital de votos no qual Bolsonaro teve em 2020, mesmo quando perdeu a eleição para Presidente. A comparação entre os dois momentos demonstra um declínio e uma falta de confiança crescente dentro do próprio campo político que ele tenta representar.

A lealdade a Bolsonaro poderia ser um trunfo entre os eleitores mais alinhados à direita, mas, na prática, não foi suficiente para consolidá-lo como um nome forte. Diferente de outras figuras bolsonaristas que conseguiram se enraizar em seus estados, Gilson Machado não conseguiu traduzir essa proximidade em apoio popular duradouro. Pernambuco tem uma tradição política independente e um eleitorado criterioso, que não vota apenas por alinhamento ideológico, mas por identificação com propostas e trajetórias consistentes.

Os números não enganam. A queda de influência eleitoral de Gilson Machado reflete um problema maior dentro da própria direita em Pernambuco: a dificuldade de encontrar nomes que consigam dialogar de forma mais ampla com o eleitorado. Se deseja realmente se tornar uma liderança no estado, ele precisará mais do que laços políticos com figuras nacionais. Terá que construir uma base própria, apresentar propostas viáveis e, principalmente, conquistar a confiança que até agora não conseguiu consolidar.

Sendo somente a sombra de Bolsonaro e sem nenhuma identidade política e sem capacidade de liderar.

Sobre o Autor:

O artigo acima é de autoria de Fabiano Andrade, psicanalista, economista, psicoterapeuta, analista comportamental, pós-graduado em Programação Neurolinguística, Terapia Cognitivo Comportamental, Psicanálise e Psicologia, Neuropsicologia, Neurociência, Gestão Empresarial, Marketing e Vendas, e Inteligência Policial. Atualmente, é graduando em Teologia, mestrando em Psicanálise e pós-graduando em Estratégia, Política, Defesa e Segurança Pública pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra.

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A opinião expressa neste artigo é de responsabilidade exclusiva do colunista, não refletindo necessariamente a visão do veículo de comunicação.

 

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