Conhecendo uma Pessoa em Surto Uma Análise do Comportamento Humano em Crise. Foto: Reprodução/IA
Todos nós, em algum momento da vida, podemos surtar. O surto é um escape psíquico natural do ser humano diante das pressões emocionais e dos conflitos internos. Por isso, as pessoas desenvolvem diferentes mecanismos de defesa para lidar com essas crises; algumas manifestam seus surtos de maneira visível, enquanto outras o fazem de forma silenciosa e involuntária.
A possibilidade de surtar está presente em todos nós, e isso pode acontecer a qualquer momento, seja apresentando verdadeiros “espetáculos” emocionais, ou através de manifestações internas menos evidentes.
Para reconhecer uma pessoa em surto, precisamos observar sintomas que indicam perda do contato com a realidade. São exemplos:
Esses sintomas são comuns em pacientes com esquizofrenia, mas não exclusivamente. Geralmente, são temporais e podem desaparecer após uma descarga psíquica, um momento de liberação emocional intensa que permite alguma recuperação momentânea do equilíbrio mental.
Além desses sintomas, existem outras manifestações que também indicam surtos psicológicos:
Quando esses sintomas aparecem em conjunto, caracteriza-se um surto psicótico, um quadro de rompimento temporário da realidade em que o indivíduo não está mais em seu estado habitual. É comum perceber que a pessoa saiu de sua rotina, do seu “habitat” natural, apresentando um comportamento estranho e até mesmo “desligado” dos seus padrões normais. Muitas vezes esses surtos passam despercebidos pelo grupo social em que a pessoa convive, o que pode dificultar a busca por ajuda.
Diversas situações cotidianas podem desencadear surtos psicóticos. Entre elas:
O ser humano é essencialmente emocional, e por mais que tentemos exercer controle racional sobre nossos sentimentos, existe uma necessidade fundamental do olhar do outro, da aceitação e do reconhecimento social. Vivemos na dependência dessa interação humana e não conseguimos existir plenamente sem ser desejados ou valorizados pelos outros.
Na perspectiva da psicanálise, essa necessidade é ainda mais complexa. Ela se estende desde o momento da gestação, buscando compreender as circunstâncias em que o indivíduo foi gerado, até o desejo ou não desejo de sua existência desde a origem. Este olhar profundo permite perceber que o surto é, muitas vezes, a manifestação de conflitos antigos e não resolvidos, resultantes de experiências traumáticas ou carências afetivas precoces.
Quem nunca surrou? Levantar a voz, perder a paciência, expressar emoções intensas são experiências comuns a todos. Algumas pessoas conseguem canalizar essa energia emocional de modo saudável, enquanto outras experimentam surtos que incomodam a si próprias e a quem convive.
Evitar completamente o desequilíbrio emocional é uma tarefa quase impossível, dada a complexidade e a intensidade dos sentimentos humanos. No entanto, é possível minimizar os impactos desses episódios por meio de estratégias preventivas. Uma campanha psicoeducacional que cuide das emoções desde a infância, por exemplo, seria um antídoto eficaz para reduzir danos emocionais e preparar as pessoas para enfrentar seus sentimentos de forma saudável.
Reconhecer os sinais de surto é fundamental para proporcionar apoio adequado e evitar que a situação se agrave. Além disso, cultivar uma cultura de empatia e cuidado emocional nas relações interpessoais pode ajudar a prevenir muitos desses eventos. Afinal, surtos são, em última análise, chamadas de socorro emocionais que revelam a fragilidade inerente à condição humana.
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"Chegamos ao mundo apenas com o sopro da vida, sem títulos, heranças ou posses", escreveu o colunista.
"A população não é orientada para cuidar das suas mazelas. Não existe uma política pública para reduzir os danos emocionais", escreveu o colunista.
"O mundo é fake produzido por nós. O mundo é subjetivo, é abstrato, formado por sistemas idealizadas e compulsivos", escreve colunista.
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