11 de novembro de 2023 às 18:04
O Brasil viverá uma nova onda de calor com recordes históricos nos próximos dias. Segundo a empresa MetSul, mesmo cidades habituadas ao clima quente poderão ter máximas até 15ºC superiores à média para o período.
O fenômeno El Niño tem a sua contribuição para a alta de temperaturas, mas este e outros episódios de calor extremo no País nos últimos meses não podem ser atribuídos exclusivamente a ele.
"(O El Niño) tende a favorecer o aumento de temperatura em várias regiões do planeta, e favorece eventos extremos de calor na América do Sul", diz Karina Bruno Lima, doutoranda em Climatologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). "Mas, em setembro, tivemos uma onda de calor, e houve um estudo de atribuição para verificar qual o papel das mudanças climáticas naquela ocasião. Verificou-se que a contribuição do El Niño foi pequena em comparação com o aumento do aquecimento global antropogênico (causado pelo homem)."
Na última quarta, 8, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu aviso meteorológico especial de nível amarelo (perigo potencial) de onda de calor.
O comunicado abrange áreas do Centro-Oeste e Sudeste do País (sobretudo São Paulo, Minas, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). Segundo o Inmet, o forte calor deverá permanecer em algumas áreas até o meio da próxima semana.
O nível amarelo é emitido quando a previsão indica que as temperaturas devem ficar pelo menos 5ºC acima da média pelo período de dois a três dias consecutivos. Desta vez, porém, a previsão é de máximas ainda maiores.
'Fora da curva'
Em São Paulo, a capital está em estado de atenção para altas temperaturas, decretado pela Defesa Civil Municipal. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura, hoje os termômetros devem marcar até 35°C, e amanhã à tarde, 37°C.
Em alguns municípios, principalmente em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, as temperaturas máximas devem superar os 42°C neste semana. Na terça-feira, 7, o município de Porto Murtinho (MS) já registrou 42,3°C. Em Cuiabá, a temperatura chegou a 40,4°C.
Karina Lima explica que isso está associado ao que os especialistas chamam de domo de calor, ou cúpula de calor.
"É um fenômeno que ocorre quando uma área de alta pressão permanece por algum tempo na mesma região, prendendo o ar quente", diz. "O solo ressecado deixa o ar mais quente e o ar mais quente acaba provocando um ressecamento cada vez maior. Temos de imaginar um ciclo fechado que vai se retroalimentando", afirma a meteorologista Estael Sias, da MetSul. (COLABOROU GIOVANNA CASTRO)
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Fonte: OpenWeather
A temperatura média observada neste mês foi de 25,9°C, representando um desvio de 1,7°C acima da média histórica, que é de 24,2°C.
Para o órgão, é importante ressaltar que o mesmo período do ano passado também foi apresentado o maior desvio (diferença entre o valor registrado e a média histórica) desde 1961, assim como está sendo em 2024.
Com ventos podendo chegar até 60 km/h, o Instituto orienta as pessoas evitarem de se abrigarem debaixo de árvores devido ao risco de queda e descargas elétricas.
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