02 de março de 2024 às 14:12
No estado do Ceará, um homem identificado como Antônio Carlos Paiva da Costa, de 38 anos, passou 11 dias preso por engano, em uma prisão estadual, após ser confundido com um foragido do Piauí.
De acordo com o G1, uma pessoa chamada Costa compartilha o mesmo nome e sobrenome de um indivíduo foragido da Justiça no estado do Piauí. Além disso, as mães de ambos os indivíduos possuem o mesmo nome.
"Fecho os olhos e parece que ainda estou preso", comentou o padeiro.
"Fecho os olhos e parece que ainda estou preso", comentou o padeiro.
Após a descoberta de que Antônio Carlos e o homem foragido não compartilham a mesma data e local de nascimento, ele foi libertado. Antônio Carlos foi injustamente acusado de um estupro ocorrido no Piauí em 2017, crime cometido pelo outro homem que está atualmente foragido. Embora o verdadeiro suspeito tenha sido inicialmente preso, ele conseguiu fugir.
"Um mandado de prisão foi expedido pela Justiça do Piauí, mas ao ser cumprido no Ceará – sete anos depois", fez de um inocente, o culpado reportou o portal.
O padeiro foi preso em fevereiro de 2024, em Fortaleza (CE).
"Cheguei a Fortaleza, trabalhei o dia todo e era domingo. No momento em que saí (para a calçada), os policiais chegaram, perguntaram o que eu tinha, eu disse que não tinha nada, estava ali a trabalho. Disseram que estava sendo acusado de assédio, estupro, roubo", relembra o padeiro.
Depois de ser conduzido até uma delegacia, ele acabou na Unidade Prisional de Triagem e Observação Criminológica, em Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), onde esteve preso.
Agora, apesar de solto, Antônio Carlos relata que não consegue esquecer os dias ruins na prisão.
"Mesmo contando minha verdade, passei muitas coisas ruins. Para quem nunca foi preso, para mim foram três anos (sensação). É uma água que nem um cachorro bebia. Uma comida que parecia que estavam dando para cachorro. Um café que não sabia se era lama. Não conseguia comer. Lá, em casos de estupro, as pessoas são mal vistas", desabafou.
"Vai ser difícil para mim. Cadê meu nome, minha oportunidade de emprego? Meu nome está manchado. Não tenho nada em mente, não sei como será minha vida pela frente. Vim para resolver o negócio da minha filha e infelizmente fui levado. Eu ainda fecho os olhos e parece que ainda estou preso. A ficha não caiu.
O advogado criminalista Ramon Néfi disse que a família de Costa vai processar os estados do Ceará e do Piauí.
"Até hoje, não se sabe quem de fato é ele. Quando foram recapturar, capturaram meu cliente. Os dois têm o mesmo nome, porém o apelido dele na cidade, conforme os processos, é Cláudio – explicou.- Ele nunca pisou no Piauí. Um detalhe importante: o acusado (real) foi preso em flagrante. Não encontraram documentos com ele, ele não sabia os dados e buscaram pelo nome completo. Ao buscar, acabaram juntando os documentos do nosso Antônio daqui, sendo que ele nunca pisou lá. Prenderam uma pessoa e processaram outra", falou Néfi.
Ainda segundo ele, as autoridades ainda nem sabem quem o verdadeiro criminoso realmente é.
"Até hoje, não se sabe quem de fato é ele. Quando foram recapturar, capturaram meu cliente. Os dois têm o mesmo nome, porém o apelido dele na cidade, conforme os processos, é Cláudio. Por que o estado tem culpa disso? Porque poderiam ter verificado de outras formas que ele não era culpado, para ele não passar por isso", comentou.
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Fonte: OpenWeather
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A situação se deu quando a cidade de São Paulo registrou o terceiro maior volume de chuva da série histórica, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
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