06 de setembro de 2024 às 12:05 - Atualizado às 12:08
Dono da Esportes da Sorte, Darwin escreve carta antes de se entregar. Foto: Divulgação
O empresário Darwin Henrique da Silva Filho, proprietário da plataforma de apostas Esportes da Sorte, escreveu uma carta aberta antes de se entregar à polícia e ser preso na quinta-feira, 5 de setembro, juntamente com sua esposa, Maria Eduarda Filizola. O casal foi alvo da operação "Integration", que investiga uma complexa rede de lavagem de dinheiro e a prática de jogos ilegais. Além deles, a influenciadora digital Deolane Bezerra e sua mãe, Solange Bezerra, também foram detidas no âmbito da mesma operação.
No comunicado, Darwin Henrique declarou que sempre atuou de maneira transparente, defendendo a legalidade e a regulamentação das apostas esportivas e jogos online no Brasil. Ele destacou sua contribuição ao debate sobre a regulamentação desse setor, enfatizando que as atividades de sua empresa são legítimas e que ele sempre colaborou com as investigações em curso. Segundo o empresário, a medida de sua prisão foi rigorosa e inesperada, considerando sua disposição em colaborar com as autoridades.
Darwin ressaltou que sua atuação na Esportes da Sorte sempre foi pautada pelas boas práticas, promovendo o jogo responsável como forma de entretenimento. Embora afirmasse estar angustiado com a situação, o empresário demonstrou confiança no processo judicial e garantiu que sua conduta, assim como a de seus colaboradores, seria esclarecida.
“Em primeiro lugar, não existem duas verdades, mas podem existir duas, cinco, dez, mil mentiras, mas a verdade é sempre uma só. Preferi vir aqui, antes de cumprir o meu dever com a justiça, e falo com muita transparência, porque se não tivesse a consciência tranquila sobre meus atos, jamais iria me expor nesse momento, inclusive porque serei confrontado comigo mesmo daqui para frente. Sempre fui muito vocal no intuito de contribuir com o debate favorável à regulamentação das apostas esportivas de cota fixa e jogos online no Brasil. Como representante do Esportes da Sorte, sempre colaborei com a atuação das autoridades e das investigações. Nossa atividade é lícita, já as organizações criminosas são difíceis de combater e acredito que isso deve ser separado. A minha atitude sempre foi defender a lei. Também sempre pautei nossa atuação em favor das boas práticas, do jogo responsável e o defendo como forma de entretenimento. Sigo colaborando com todas as investigações, inclusive ficando surpreso com a ausência de motivos que levaram a uma medida tão rigorosa, quanto a que a mim foi aplicada. Dado que sempre me coloquei à disposição das autoridades. De qualquer forma, irei cumprir os ritos legais e observar todas as nuances jurídicas. Me encontro tranquilo neste momento. Por mais que tenha muita angústia, o que é natural, já que ninguém deseja passar por isso, sigo confiante no processo. Aproveito para agradecer aos nossos colaboradores, clientes, parceiros, e dizer que vocês jamais irão se decepcionar com o Esportes da Sorte. Vou me dirigir às autoridades para me apresentar e o farei de maneira muito serena. Eu acredito muito na justiça e tenho absoluta certeza da minha conduta e de todas as pessoas que trabalham conosco, sei que tudo isso será esclarecido", diz a carta de Darwin.
A Operação Integration, deflagrada nesta quarta-feira, 4 de setembro, em Pernambuco e em outros estados, que prendeu a influenciadora e advogada Deolane Bezerra e sua mãe, resultou no bloqueio de depósitos bancários e aplicações financeiras de 53 pessoas e empresas. A operação investiga lavagem de dinheiro e prática ilegal de jogos de azar.
A influenciadora Deolane Bezerra, detida na Colônia Bom Pastor, em Iputinga, na zona oeste do Recife, e mantida presa após audiência de custódia nesta quinta-feira, 5 de setembro teve bloqueados R$ 20 milhões.
O empresário pernambucano Darwin Henrique da Silva Filho, dono da plataforma de apostas online Esportes da Sorte, teve bloqueio de R$ 40 milhões. Além disso, a empresa do cantor sertanejo Gusttavo Lima, Balada Eventos e Produções, também teve bloqueados R$ 20 milhões.
A operação contou com o apoio da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (DIOPI) da Secretaria Nacional de Segurança Pública, ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (SENASP/MJSP), inserido no Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (ENFOC/MJSP), que visa a fortalecer as ações de combate e desmantelamento de organizações criminosas, através da integração das Polícias Civis.
A Polícia Civil de Pernambuco reforça que a Operação "INTEGRATION" segue com diligências em curso, porém informa que:
Já foram cumpridos, até o momento, 10 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão;
Foram apreendidos vários documentos que estão sendo analisados e deverão robustecer ainda mais os elementos de prova reunidos no inquérito policial;
Das apreensões e sequestros realizados, já foram contabilizados até o momento:
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Os dados revelam, ainda, que no mesmo período foram registrados 3.463 casos de Crimes Violentos Patrimoniais (CVPs), sendo este o melhor resultado dos últimos dez anos nesse indicador.
A corporação informou que a investigação está sob sigilo, mas confirmou que ela era considerada foragida.
Os valores pendentes poderão ser sacados até 27 de dezembro na Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil.
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