O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou nesta segunda-feira, 5 de maio, medidas que serão tomadas pelo Congresso para auxiliar o Rio Grande do Sul na situação de calamidade causada pela chuva e pelas enchentes em mais de 300 municípios do estado.

Entre elas, está a criação de uma comissão temporária dedicada ao tema. Para Pacheco, a situação é sem precedentes no Brasil e as soluções não podem “esbarrar em burocracia”.

Pacheco fez parte da comitiva que viajou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sobrevoar as áreas atingidas no fim de semana.

Nesta segunda-feira, ele informou ter conversado pela manhã com o presidente Lula e à tarde com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, para estudar o que pode ser feito pelo Congresso para auxiliar o estado.

Mais tarde, Pacheco deve participar de uma reunião sobre o tema no Palácio do Planalto. O momento, de acordo com ele, é de centralidade de iniciativas entre Legislativo, Executivo federal e Executivo estadual.

Comissão

A medida imediata adotada por Pacheco é a criação de uma comissão temporária externa formada por oito senadores, entre eles os três representantes do Rio Grande do Sul — Paulo Paim (PT-RS), Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Ireneu Orth (PP-RS).

A intenção é fazer o acompanhamento de todas as iniciativas dos Executivos estadual e federal e também das proposições sobre o tema.

Como exemplo dessas iniciativas, o presidente do Senado citou a possibilidade de auxílio emergencial, além da suspensão do pagamento de obrigações do estado com a União.

Pacheco lembrou as medidas usadas durante a pandemia de covid-19, apelidadas de “pacote de guerra”, para permitir agilidade nos recursos no momento de excepcionalidade.

Outra providência adotada nesta segunda-feira foi a reunião entre as consultorias das duas Casas legislativas para identificar as proposições legislativas que podem ser viabilizadas.

Em 2023, também por ocasião do excesso de chuva, o Congresso já havia aprovado um projeto de decreto legislativo de estado de calamidade pública naquela unidade da federação. O decreto permanece válido até dezembro de 2024, por isso, poderá ser útil no auxílio ao estado.

Comoção

Ao lado de Pacheco, o senador Paim relatou o drama vivido no estado. Ele registrou o trabalho de cidadãos voluntários para tentar salvar as vítimas. Emocionado, o senador afirmou que os bombeiros, a pedido de alguns pais, salvam primeiro os filhos e quando retornam não há mais como resgatar quem sobrou. Muitas crianças estão desamparadas [e órfãs].

Também na coletiva, o senador Mourão mostrou preocupação com doenças causadas pela água suja, como é o caso da leptospirose.  O senador calcula que a recuperação deve levar meses e depois será necessário um projeto para mitigar futuras emergências climáticas como a atual.

Agência Senado