Pernambuco, 15 de Agosto de 2024

Descricao da imagem
Descrição da imagem

Ouça a Rádio Portal

Descricao da imagem

Lei que IMPEDE a participação de pessoas TRANS EM COMPETIÇÕES esportivas é INCONSTITUCIONAL, diz MPF

Para o órgão, a norma extrapola competência do ente municipal e possui caráter discriminatório contra o grupo.

23 de julho de 2024 às 21:25   - Atualizado às 21:25

Bandeira Trans.

Bandeira Trans. Bandeira Trans.

A Procuradoria Federal dos Direitos dos Cidadãos (PFDC), órgão do Ministério Público Federal (MPF), defende a inconstitucionalidade de lei do município de Chapecó, em Santa Catarina, que estabelece o sexo biológico como único critério para definição de gênero nas competições esportivas oficiais, amadoras ou profissionais promovidas ou apoiadas pela Administração Pública.

A Lei 7948/2023 também prevê que o atleta transgênero que não informar seu real sexo biológico à entidade de administração do desporto ou dos organizadores da competição desportiva pagará multa e poderá ser responsabilizado administrativamente por atitude antidesportiva.

Para os integrantes do Grupo de Trabalho (GT) LGBTQIA+, vinculado à PFDC, a lei municipal extrapolou a competência legislativa conferida pela Constituição Federal aos municípios.

? Entre no nosso grupo de WhatsApp e receba as notícias do Portal de Prefeitura no seu celular

Sustentam ainda que a norma estabelece critério transfóbico, excludente e estigmatizante nas competições esportivas em âmbito municipal.

Por fim, apontam violação à autonomia das entidades desportivas em organizar suas competições, traduzindo-se em intromissão estatal nas questões internas da administração do desporto, prática incompatível com o regramento constitucional da matéria.

No documento elaborado pelo GT, os integrantes lembram que o Brasil é o país que mais mata travestis, mulheres e homens transexuais no mundo há 15 anos consecutivos, segundo relatório desenvolvido pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).

No ano de 2023 houve um aumento de mais de 10% nos casos de assassinatos de pessoas trans em relação a 2022.

A PFDC lembra que o desporto é matéria da competência legislativa concorrente entre União, Estados e o Distrito Federal.

Nessa temática, cabe à União a edição de normas gerais e aos Estados e ao Distrito Federal a edição de normas suplementares. Já aos municípios a Constituição Federal confere competência legislativa ainda mais restritiva.

Além de extrapolar a competência, a lei não observou os princípios norteadores editados pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), que regulamentam a participação de atletas transgênero.

As federações e entidades, ao regulamentarem a participação de pessoas trans em suas modalidades esportivas, devem necessariamente obedecer às novas diretrizes do COI, que estabelece balizas obrigatórias mínimas, além de observar as normas constitucionais e respeitar os direitos fundamentais dos atletas envolvidos. No plano internacional, atletas trans podem disputar as Olimpíadas desde 2004.

Nesse sentindo, “os critérios de elegibilidade para participação nas categorias feminina e masculina pelas federações deve se basear no respeito aos direitos humanos reconhecidos internacionalmente, evidências robustas e consulta ao atleta”, lembram os integrantes do grupo de trabalho.

Para os membros do GT, além de violar o direito constitucional à igualdade das pessoas trans em sua esfera formal, a norma impede a participação plena deste público em espaços diversos.

MPF

Mais Lidas

Descrição da imagem

Recife

01:22, 15 Ago

Descrição da imagem

25

°c

Fonte: OpenWeather

Descrição da Imagem

Enquete

Qual é o seu nível de confiança nas pesquisas eleitorais?

Notícias Relacionadas

Acusados saindo da delegacia.
Esquema

MP denuncia ex-jornalistas e mais 10 por desvio de doações

Segundo a denúncia, os envolvidos usavam histórias emocionantes para sensibilizar a audiência e conseguir os donativos.

Prefeito Calvet Júnior.
Esquema

Prefeito pagava salário de amante com rachadinha, revela MP

Os advogados do gestor municipal e das pessoas envolvidas negam todas as acusações, afirmando que as transferências mensais tinham motivos particulares.

Vistoria no Complexo do Curado.
Regalias

Presídio do Recife tem 'cela de luxo' para detento, identifica o MPF

O Ministério Público Federal constatou que um dos presos estava vivendo em condições extremamente privilegiadas, comparadas ao padrão carcerário.

mais notícias

+