27 de novembro de 2024 às 18:15 - Atualizado às 18:33
Os líderes da Rússia, Vladimir Putin (esq.), e da Coreia do Norte, Kim Jong-un (dir.), durante encontro em Pyongyang Divulgação/Poder360
A Coreia do Norte está se preparando para dar um passo significativo no cenário geopolítico internacional, com a iminente oficialização de sua participação na guerra da Ucrânia ao enviar tropas para apoiar a Rússia. A informação, divulgada pelo jornal sul-coreano The Korea Herald, sugere que o regime de Kim Jong-un pode estar perto de tornar pública sua contribuição militar no conflito, uma movimentação que vem sendo analisada como parte de uma estratégia mais ampla de ganho político e econômico.
Fontes do Ministério da Unificação da Coreia do Sul relataram que há sinais de crescente descontentamento interno devido à pressão da guerra e à dificuldade do regime em manter sigilo sobre os movimentos militares. Nos últimos meses, rumores sobre a mobilização de tropas norte-coreanas e relatos de famílias em luto se espalharam, apesar dos esforços do governo para controlar as informações.
De acordo com a Revista Sociedade Militar, a Coreia do Norte teria enviado até 10 mil soldados para a Rússia, um reforço significativo para os esforços militares russos no leste da Ucrânia. Em troca, a Rússia estaria fornecendo à Coreia do Norte alimentos e outros suprimentos agrícolas para aliviar a crise econômica que afeta o país. Além disso, a Coreia do Norte teria enviado mais de 13 mil contêineres de munições, como granadas de 122 mm e 152 mm, para sustentar as defesas russas.
A parceria entre Moscou e Pyongyang foi formalizada em um tratado estratégico assinado por Kim Jong-un e Vladimir Putin em junho de 2024. O acordo, que foi ratificado em novembro deste ano, estabelece uma assistência mútua entre os dois países em caso de ameaças externas, reforçando a aliança entre a Coreia do Norte e a Rússia em um momento de crescente polarização no cenário internacional.
A formalização da participação norte-coreana na guerra pode ser uma tentativa do regime de Kim Jong-un de consolidar sua posição tanto internamente quanto no palco internacional. Fontes do governo sul-coreano indicam que o regime pode ver na oficialização de sua presença militar na Ucrânia uma oportunidade de fortalecer sua aliança com a Rússia, além de obter vantagens diplomáticas e de segurança no longo prazo.
A parceria estratégica com a Rússia pode trazer para a Coreia do Norte o acesso a tecnologias militares avançadas, experiência em combate e, principalmente, um fortalecimento econômico bilateral. Essa aliança ajuda a Coreia do Norte a contornar as sanções econômicas internacionais, particularmente as impostas pela ONU, e garantir o fluxo de recursos essenciais para a manutenção do regime.
O regime de Kim Jong-un também tem tomado medidas para reforçar a unidade interna, especialmente no contexto das dificuldades enfrentadas pelas forças armadas. Em novembro de 2024, foi realizada a 4ª Conferência de Comandantes de Batalhão e Instrutores Políticos, um evento destinado a reforçar a lealdade ao regime e consolidar a coesão militar. Durante o evento, Kim Jong-un fez um discurso onde descreveu a guerra na Ucrânia como uma intervenção militar global orquestrada pelos Estados Unidos e seus aliados, destacando a necessidade de manter a fidelidade ao governo em tempos de crise.
Esse tipo de conferência é característico de momentos de instabilidade, como observado após a Guerra da Coreia, antes do primeiro teste nuclear da Coreia do Norte e durante a consolidação do poder de Kim Jong-un.
A crescente parceria militar entre a Rússia e a Coreia do Norte, no entanto, não é isenta de controvérsias. A Revista Sociedade Militar revelou que Moscou tem violado as sanções internacionais ao enviar mais de 1 milhão de barris de petróleo para Pyongyang, quando o limite imposto pela ONU é de 500 mil barris por ano. Essa transferência de petróleo tem sido crucial para a manutenção da capacidade militar da Coreia do Norte e fortalece os esforços russos na guerra da Ucrânia, em um contexto de crescente isolamento de ambos os países no cenário global.
À medida que o regime de Kim Jong-un avança em sua estratégia de reforçar laços com a Rússia, a Coreia do Norte pode se tornar uma participante oficial da guerra na Ucrânia, o que mudaria o equilíbrio de poder na região e teria implicações de longo alcance para a segurança e a diplomacia internacional. A aliança entre Moscou e Pyongyang, que já envolve assistência militar e econômica, representa um pacto perigoso, que desafia as sanções da ONU e desafia a ordem internacional estabelecida.
Enquanto a guerra na Ucrânia continua a se intensificar, a participação da Coreia do Norte no conflito pode ser um novo ponto de tensão no cenário global, com consequências imprevisíveis para a estabilidade da região e para a relação entre potências nucleares.
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