Após fusão com o PATRIOTA, PTB quer renascer à ESQUERDA sem ROBERTO JEFFERSON

O extinto Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que se fundiu a menos de um mês com o Patriota, pode ser recriado, dessa vez à esquerda e longe de seu ex-presidente, Roberto Jefferson.

A legenda está em processo de recriação, após pedido do ex-deputado constituinte Vivaldo Barbosa, que foi secretário de Justiça de Leonel Brizola no Rio de Janeiro, em 1983, para começar a coletar assinaturas para a recriação do partido. Na sexta, 1 de dezembro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu o aval.

Sob influência de brizolistas, a sigla deve voltar às suas origens de quando foi casa dos ex-presidentes Getúlio Vargas e João Goulart e de Leonel Brizola, ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.

Há pouco tempo atrás, quem comandava o partido era o ex-deputado apoiador de Bolsonaro, Roberto Jefferson, que continua preso desde outubro de 2022, por atirar e lançar granadas contra policiais federais que chegavam para fazer uma operação em sua casa.

Após decisão do TSE, a sigla já consta no rol do tribunal como partido em formação e vai precisar levantar, dentro de um prazo de dois anos, 500 mil assinaturas. A legenda ficou vaga após a fusão do PTB com o Patriotas, de onde surgiu o PRD (Partido da Renovação Democrática), também sob autorização do TSE cerca de um mês atrás.

Leia Também

Trajetória

TSE autoriza coleta de assinaturas para recriar PTB

União

TSE aprova CRIAÇÃO do PRD, resultado da FUSÃO entre PTB E PATRIOTA

Vivaldo Barbosa disse que a ideia é fazer com que o PTB volte a ser um partido trabalhista.

"Já somos partido registrado no cartório, a sigla é nossa. Só nós podemos usar o PTB", disse Barbosa, que será o presidente da legenda. "Vamos recuperar o trabalhismo de verdade".

O PTB foi fundado em 1945, por Getúlio Vargas, e extinto durante a ditadura militar. Com o fim do regime antidemocrático, o partido foi refundado em 1980 por Ivete Vargas, sobrinha-neta do ex-presidente.

Fusão com Patriota

Todos os ministros do TSE acompanharam o entendimento da relatora, ministra Cármen Lúcia, para quem a fusão atendeu a todos os requisitos legais e formais, como a aprovação de novo estatuto nacional, por exemplo.

De início, o novo partido iria se chamar Mais Brasil, mas após deliberações internas foi feito novo pedido para alterar o nome, o que foi aceito pelo TSE.

Fundado em 1981 e por muitos anos controlado pelo ex-deputado Roberto Jefferson, o PTB optou pela fusão depois de não ter conseguido eleger nenhum deputado nas eleições de 2022.

Isso fez com que a agremiação ficasse sem recursos do Fundo Partidário e sem tempo de propaganda eleitoral em rádio e TV. O Patriota, por sua vez, elegeu cinco deputados.

Pela cláusula de barreira vigente, para ter acesso aos recursos públicos a legenda precisa eleger pelo menos 11 deputados federais, distribuídos em pelo menos nove unidades da Federação.

Alternativamente, o partido pode superar a barreira se, mesmo elegendo número menor de deputados, obtiver 2% dos votos válidos nas eleições para a Câmara, distribuídos em pelo menos nove unidades da Federação, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada uma delas.