31 de dezembro de 2024 às 10:09 - Atualizado às 10:21
Encerrando suas declarações, o religioso criticou discursos sobre democracia. Reprodução/Internet
No domingo, 11 de dezembro, o bispo de Formosa, em Goiás, dom Adair José Guimarães, fez declarações de cunho político durante uma celebração religiosa, criticando o governo e defendendo manifestantes presos após os atos de 8 de janeiro.
Durante a homilia, o religioso afirmou que o Brasil está vivendo sob uma ditadura e apontou a falta de liberdade e garantias de direitos como problemas centrais.
“Quando o ímpio governa, o povo geme, e nós estamos sendo governados por ímpios. Somos um país mergulhado numa ditadura, onde não se tem mais liberdade, onde temos milhares de pessoas sofrendo com processos sem direito ao contraditório”, declarou dom Adair.
A fala, registrada em vídeo, viralizou nas redes sociais e foi amplamente compartilhada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que criticam as penas de até 17 anos de prisão aplicadas a alguns dos envolvidos nos atos de invasão à Praça dos Três Poderes.
O bispo também mencionou o caso de Adriana Ancelmo, que ficou conhecida por escrever “perdeu, mané” em uma estátua da Justiça durante os atos.
Segundo ele, “como pode uma mãe, por causa de um batom, pegar 17 anos, tendo seus dois filhos pequenos e não podendo nem ficar presa em casa para cuidar dos filhos?”.
Dom Adair comparou a situação de Adriana com a de outras figuras públicas:
“A esposa do corrupto do Rio de Janeiro, que pegou 400 e tantos anos de cadeia e já está solto, e ela, que pegou mais de 80 e já está solta por causa dos filhos, esses têm direitos. Hoje no Brasil é beneficiado quem é do lado estranho, mas quem defende família, liberdade, religião, fé, propriedade privada parece que não tem mais direito”.
Encerrando suas declarações, o religioso criticou discursos sobre democracia, afirmando que “quem aparece na TV enchendo a boca para falar de democracia e Estado de Direito não são democratas, são ditadores”.
Dom Adair ainda afirmou que há presos políticos e exilados no Brasil, o que, segundo ele, “não é próprio de uma democracia”.
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