O pastor Zé Barbosa Júnior, da Comunidade de Jesus em Campina Grande (PB), propôs no último sábado, 9 de dezembro, a criação de uma ‘bolha enorme de evangélicos de esquerda’ para a disputa das eleições municipais de 2024.

“O núcleo de evangélicos do PT está aí, ativo. A gente não quer furar a bolha. A gente quer criar uma bolha enorme de evangélicos de esquerda”, disse. “Dá para chegar lá. E rumo à vitória em 2024.”

O religioso participou da conferência eleitoral do PT “Políticas de Direitos para Mudar o Brasil”.

Barbosa defendeu que a “luta ideológica” também deve ser ganha entre os evangélicos, e disse que 30% desse grupo são “facistas”

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“Essa luta da ideologia a gente tem como ganhar também por entre os evangélicos. Não pense que está tudo perdido”, afirmou. “Tem 30% dos evangélicos que são fascistas. Com esses a gente nem conversa. Agora, tem 40%, 50% que estão em disputa. Então não vamos desistir”, complementou.

O Barbosa também rebateu a pergunta “Como é que você é pastor de esquerda?”, questionando a defesa de religiosos a “um sistema baseado na acumulação de riquezas”.

“Quando alguém me pergunta ‘como é que você é pastor de esquerda?’ eu devolvo a pergunta. Você tem que perguntar para quem é pastor de direita, ele é quem tem que se explicar. Como é que ele é pastor e defende um sistema baseado na acumulação de riquezas?”

Parábola do Bom Samaritano

O pastor Zé Barbosa Junior, líder da Comunidade de Jesus em Campina Grande, que escreve para Revista Forum, disse que estava indignado com a bancada evangélica em tentar retirar direitos da comunidade LGBTQIAPN+.

A Comissão de Previdência e Família da Câmara dos Deputados iniciou na última quarta-feira, 6 de setembro, a análise do relatório do Projeto de Lei 5167/2009, de autoria dos parlamentares Capitão Assumção (PSB-ES) e Paes de Lira (PTC-SP), que visa proibir o casamento homoafetivo.

Diante disso, o pastor disse que “quem usa a Bíblia para determinar o que é ou não família comete alguns erros”. Para o religioso, a Bíblia não pode ser usada para “impor” o que é família.

Em protesto, ele relembrou do texto que escreveu em 2011, quando o STF decidiu pela equiparação das uniões homoafetivas aos casamentos heteronormativos, que foi intitulado de “O bom casal gay”, uma releitura da parábola do Bom Samaritano.

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