MPPE revela que PM pediu maconha a traficantes para bater meta. Foto: Divulgação/PCPE
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) apresentou uma denúncia por associação criminosa contra cinco policiais militares, acusados de envolvimento com a facção dos irmãos Thiago e Bruno Teixeira de Oliveira, conhecidos como os “Gêmeos de Santo Amaro”.
O grupo é apontado como uma das principais organizações criminosas do Centro do Recife, com atuação no tráfico de drogas e envolvimento em homicídios na região.
A denúncia, fundamentada em cerca de 60 conversas obtidas a partir da apreensão dos celulares dos irmãos, descreve o papel dos policiais no esquema criminoso.
De acordo com as investigações, os agentes forneciam proteção ao grupo, compartilhavam informações sigilosas e até colocavam viaturas à disposição dos traficantes.
A revelação é fruto da segunda fase da Operação Blindados, deflagrada em novembro, que culminou na prisão preventiva dos acusados.
Rayner Thainan Ferreira Santos, de 31 anos, é um dos policiais apontados como peça central do esquema. Ele seria o contato identificado como “Junior” nos registros telefônicos e teria participado de diálogos que evidenciam a relação direta com os traficantes.
Em uma das mensagens, Rayner supostamente pede um quilo de maconha de baixa qualidade para simular uma apreensão e alcançar metas do batalhão. Em outra, orienta o grupo sobre como agir em caso de prisões, sugerindo acordos financeiros para liberar suspeitos.
Outro policial mencionado na denúncia é Ivison Francisco Alves Júnior, de 42 anos, que, segundo o MPPE, estaria diretamente envolvido no tráfico de drogas. Em diálogos, ele teria discutido a comercialização de entorpecentes com um dos integrantes da facção.
Além de Rayner e Ivison, os PMs Valter Mendonça de Azevedo, José Tarcísio de Carvalho Pereira e Arthur Luiz Sampaio também estão sendo investigados. Este último é apontado como parceiro de rua de Rayner e foi mencionado em conversas interceptadas.
A promotoria acusa o grupo de oferecer “total apoio” à facção, incluindo o fornecimento de informações privilegiadas e o uso de recursos da corporação para facilitar as atividades ilícitas.
O MPPE também destacou a existência de um “núcleo civil” da organização, composto por seis integrantes responsáveis pela contabilidade, distribuição e venda das drogas
Os policiais negam envolvimento no esquema e alegam inocência. Contudo, a promotora Henriqueta de Belli Leite de Albuquerque, responsável pela denúncia, reforça que as evidências indicam uma relação direta entre os agentes e a organização criminosa. O caso agora segue para análise da Justiça.
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