Prints de conversas no WhatsApp revelam que influenciadores promovendo o Jogo do Tigrinho e jogos semelhantes possuíam contas especiais nas plataformas, diferenciadas dos usuários comuns.
De acordo com a polícia, essas contas especiais eram configuradas para garantir vitórias nas apostas.
Essas conversas foram interceptadas pela Polícia Civil de Alagoas com autorização judicial, no âmbito de uma investigação sobre um possível esquema de fraude envolvendo influenciadores, agentes e intermediários.
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A investigação resultou na Operação Game Over, iniciada na última segunda-feira (17), que teve como alvo 12 pessoas e solicitou a apreensão de bens no valor de R$ 38 milhões, quantia movimentada desde outubro de 2023, início das investigações.
Os mandados foram emitidos pela 17ª Vara Criminal. Entre os bens apreendidos estão carros de luxo, uma lancha e dinheiro.
Os influenciadores recebiam um link para uma conta de demonstração, conhecida como “demo”, que era programada para assegurar ganhos constantes.
Em contraste, o link fornecido ao usuário comum direcionava para uma plataforma padrão, onde as perdas são frequentes.
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A polícia também descobriu que os influenciadores estavam cientes de que ganhariam um grande prêmio no primeiro jogo, com o objetivo de motivar seus seguidores a jogar.
Os influenciadores, segundo a polícia, estavam enganando seus seguidores. Além disso, foi revelado que eles recebiam comissões por atrair clientes para as plataformas, o que, nas palavras do delegado Lucimério Campos, constitui uma atividade ilegal.
“Você não pode ganhar dinheiro em cima de quem está apostando porque você está lucrando em cima de quem está perdendo. Quando você estimula e fecha contrato com comissão, você está estimulando e ganhando em cima daquele dinheiro que está sendo deixado na plataforma”, afirmou Campos.
![Polícia revela que Jogo do Tigrinho dava conta viciada em ganhar para influenciadores](https://portaldeprefeitura.com.br/wp-content/uploads/2024/06/Policia-revela-que-Jogo-do-Tigrinho-dava-conta-viciada-para-influencers.jpeg)
Foram identificados diversos depósitos nas contas dos influenciadores. Em uma conversa, um agente solicita a um intermediário que informe a um influenciador que o pagamento será efetuado “de 3 a 5 minutos” após a divulgação da promoção.
Os intermediários, segundo apuração policial, atuavam para múltiplas plataformas simultaneamente.
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“Eles tinham ganhos altos porque estamos falando de pessoas com engajamento alto, com mais de 1 milhão de seguidores. Então, quando ele coloca o link, o potencial de retorno é muito grande, dava um lucro vertiginoso”, disse o delegado.
As investigações indicaram um esquema complexo com o intuito de prejudicar pessoas que acreditavam nas promessas dos jogos.