Cristã tem sua casa inundada no RS enquanto servia em abrigo: 'vou continuar aqui, como Jesus faria'

A cristã afirmou que vai continuar com o ato de solidariedade, e que quer receber com amor cada vítima que precisar do abrigo.

Maria Carla Mazullo

10 de maio de 2024 às 08:22 - Atualizado às 10:00

Camila Medeiros, líder da Igreja Lagoinhas Canoas. Arte Montagem: Portal de Prefeitura. Camila Medeiros, líder da Igreja Lagoinhas Canoas. Arte Montagem: Portal de Prefeitura.

Quando as águas tomaram conta da região metropolitana do Rio Grande do Sul, Camila Medeiros, líder da Igreja Lagoinha Canoas, se voluntariou para solidarizar com as vítimas.

Enquanto trabalhava para ajudar os afetados, ela recebeu a notícia que sua casa havia sido invadida pela água e acabado com tudo.

“Uma irmã chegou e falou: ‘Camila, eu preciso falar contigo, a tua casa já foi atingida, o que tu vai fazer?’ Eu não me apeguei ao material, mas sim na minha vida. Eu estava na linha de frente ajudando outras cidades e eu jamais imaginaria que seria afetada a minha. Eu estava ali, servindo com um propósito”, disse a mulher.

Camila diz não se arrepender pela decisão que tomou.

“Eu poderia ter me arrependido de [estar] na igreja naquele momento. Eu poderia estar na minha casa, pegando os meus móveis. Era uma casa nova. Eu simplesmente falei para os voluntários: ‘Eu vou continuar aqui, porque vou fazer o que Jesus faria. Eu vou continuar o meu chamado e não vou sair daqui. Porque me senti na obrigação de cuidar de cada um que está aqui'”, continuou.

A cristã afirmou que quer receber com amor cada vítima que precisar se abrigar na Lagoinha, mesmo enfrentando sua própria dor.

“Eu acolho com felicidade, porque eles merecem. Eles merecem ter alegria, ter paz nesse local”, afirmou Camila.

Enchentes no RS

Canoas foi uma das cidades mais atingidas pela cheia, afetando mais de 180 mil moradores do município localizado na região metropolitana do RS.

Segundo o último boletim da Defesa Civil divulgado na quinta-feira, 9 de maio, 107 pessoas morreram, 374 ficaram feridas e 136 moradores ainda estão desaparecidos devido às inundações.

Mais de 200 mil gaúchos estão desabrigados em 425 cidades atingidas. No total, mais de 1,4 milhões de pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas.

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