Robeyoncé: trans acredita que vai encontrar preconceito no cotidiano da Alepe

[caption id="attachment_8548" align="aligncenter" width="300"] Divulgação[/caption] Depois de sua primeira funcionária trans em 181 anos - Fabiana Melo, contratada como assessora parlamentar do deputado Edilson Silva (Psol) - a Assembleia Legislativa de Pernambuco terá um mandato inédito. Um grupo composto por 5 mulheres foi eleito para assumir o cargo de deputada no legislativo estadual. Entre elas a advogada Robeoncé, que é personagem importante no mandato coletivo das 'Juntas', como representante das mulheres trans e da comunidade LGBT no grupo de feministas eleito pelo PSOL. Oficialmente Robeoncé não será o nome que tomará posse no próximo dia 1º de fevereiro. Apenas uma das 'Juntas' assinará o termo de posse no Plenário, que será a ambulante Jô Cavalcanti. Porém todas participarão tanto da solenidade oficial quanto do ato simbólico organizado por elas, a "posse popular". A concentração do ato foi marcada para às 13h, em frente ao shopping Boa Vista. Inclusive com uma programação político-cultural, pensada para marcar esse início de mandato das parlamentares. Em 2017, Robeoncé tornou-se a primeira mulher trans do Norte e Nordeste do país a exercer a profissão de advogada usando o nome que a representa socialmente. Em entrevista à Folha de Pernambuco, a parlamentar disse que espera encontrar preconceito no cotidiano da Alepe. "A gente já imagina que vai sofrer resistência, porque já tinha pessoas que se incomodaram quando a gente era candidata. Aí, depois que a gente ganha, esse incômodo fica maior ainda para determinados setores. A gente imagina que não vamos ser recebida apenas com flores na Alepe. Vai ter gente que vai mandar flores, mas vai ter gente querendo puxar o nosso tapete o tempo todo, a diferença é que agora essa puxada de tapete é institucional", previu. "É nesse ambiente que a gente está. Essa tentativa de querererm o tempo todo nos prejudicar e deslegitimar, anda comigo o tempo todo. O tempo todo eu sou deslegitimada pelo fato de não ter uma vagina, por exemplo", contou.