07 de janeiro de 2019 às 01:35
Seria absolutamente ingênuo crer que um educador seja totalmente neutro, ideologicamente, em sala de aula, qualquer que seja a matéria que ensine. O mestre possui influência privilegiada sobre seus alunos. Como essa influência é exercida veio a ser uma preocupação visível do novo presidente e de seu Ministro da Educação. O Brasil mudou de norte ideológico após as últimas eleições presidenciais. Bolsonaro frisou diversas vezes que se envolveria numa luta clara contra a doutrinação político-ideológica nas escolas e universidades. Mas o que é doutrinação? "Doutrina é definida como um conjunto de princípios que serve de base a um sistema que pode ser literário filosófico político e religioso" (significados.com.br). Desta forma, doutrinar é levar, conscientemente, pessoa ou grupo a absorver um comportamento premeditado pelo doutrinador, visando um fim. Enquanto doutrinar significa encaminhar alguém a uma direção específica, ensinar significa mostrar as opções possíveis de escolha. A pretexto de doutrinação ideológica não se pode criminalizar qualquer professor que emita pensamentos diferentes dos conceitos ideológicos de Esquerda ou Direita. A insistência neste tipo de ação seria a mesma coisa que criminalizar a opinião de pessoas. João Valdir Alves Souza declarou o seguinte: "Eu posso deixar claro, e devo deixar claro para os alunos o que penso, mas não posso jamais impor isso a eles". Souza é vice-diretor da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. Sobre a questão da neutralidade, Souza afirmou que o professor sempre será traído pelas posições que defender. Por isso não existe neutralidade absoluta. (gazetadopovo.com.br) Tomemos um exemplo prático da observação do professor universitário acima. Educadores de Esquerda preferem ressaltar violações de direitos humanos cometidas durante o governo militar. Já os professores simpatizantes da Direita preferem focar na questão relativas aos ganhos conômicos da época. Por si só as prática acima mencionadas não transmitem o aliciamento intelectual. Então, como é que ocorre a doutrinação escolar e a acadêmica? A doutrinação considera que existe apenas uma forma de ver o mundo. Pior: ela nega aos outros a oportunidade de adquirir conhecimento sobre variáveis importantes relacionadas a um assunto. Infelizmente o Brasil está diante de uma preocupação real e cotidiana que é "esquerdização" do ensino, especialmente o público. Fartas são as evidências de que, até aqui, o Brasil aderiu ao Marxismo Cultural de Gramsci. Em livros didáticos e até no ENEM é visível a preocupação em problematizar questões caras à Esquerda. Racismo Feminismo e pautas LGBTI são frequentes temas, não apenas em discursos de professores, mas também em quase toda a literatura escolar das últimas décadas. Na visão Socialista o ensino sobre qualquer assunto precisa estar alinhado a grandes temas das lutas sociais. Se houver alguma sugestão sobre a importância do enfoque em questões escolares mais práticas, como o ensino de questões de matemática, uma retórica agressiva é habitualmente derramada sobre os críticos. Parece que a Revolução Cultural proposta por Gramsci foi levada muito a sério no Brasil dos últimos anos. A desconstrução de antigos significados se imiscuiu em letras de música, em exposições culturais e em conceitos relativos a sexualidade e moral. Com a justificativa de efetivar um trabalho em prol da inclusão social, escândalos foram se avolumando em diversos setores da sociedade brasileira. Exposições de arte extremamente sexualizadas chocaram a opinião pública em diversas ocasiões. Uma atriz transgênero protagonizou Jesus Cristo numa peça teatral, e outro ator declarou para uma multidão, durante uma apresentação sua, que o Homem-Símbolo do Cristianismo é gay. As universidades públicas, especialmente nos cursos de Ciências Humanas, passaram a investir numa concepção transformacionista dos alunos. O currículo politizado transformou-se num divisor cruel, opondo indivíduos simpatizantes de Direita aos de Esquerda. A Esquerda privatizou a Verdade. Quem pensa diferente recebe o ônus da hostilidade que traz, a reboque, a percha de "fascista". A Direita, oprimida, calou-se diante dos gritos ensurdecedores da Esquerda que sempre gostou tanto de usar o termo "democracia". Uma multidão calou-se por um tempo aparentemente longo demais. Clarisse Gurgel professora do Departamento de Estudos Políticos da UniRio declarou o seguinte: "A Esquerda precisa ser mais humilde e acolher a diversidade de métodos e de formas de pensar. Hoje ela está viciada no próprio conforto e qualquer sujeito que é a crítica é expurgado".(ametadesul.blogspot.com) A verdade insofismável da realidade da doutrinação ideológica trouxe males facilmente verificáveis. Segundo dados da Fundação Lemann, com dados do INEP, "mais de 65% dos alunos brasileiros no 5º ano da escola pública não sabem reconhecer um quadrado, um triângulo ou um círculo. Cerca de 60% não conseguem localizar informações explícitas numa história de conto de fadas ou em reportagens. Entre os maiores, no 9º ano, 88% não conseguem apontar a ideia principal de uma crônica ou de um poema. Essas são algumas das habilidades mínimas esperadas nessas etapas da escola, que nossos estudantes não exibem". (epoca.globo.com) Os professores que agem como doutrinadores de Esquerda preferem pensar que sua função é formar cidadãos críticos. Contudo, a criticidade não propõe, na maioria das vezes, o exercício cognitivo em si mesmo, e sim, uma porta de entrada para o pensamento marxista. Se de fato um indivíduo consciente estivesse em construção escolar, acadêmica e cultural no Brasil, não veríamos uma multidão de jovens empunhando bandeiras vermelhas. Haveria multidão de jovens empunhando um verdadeiro arco-íris de representações ideológico-partidárias. Aqueles que atualmente vêem monstros perigosos à espreita das liberdades sociais conquistadas deveriam repensar. O aparelhamento escolar, acadêmico e cultural brasileiro é o que está em jogo. O grupo político que chegou ao poder priorizando direitos sociais das chamadas minorias possui mecanismos constitucionais de luta em prol de tais conquistas. Ao que tudo indica, esses direitos não serão perdidos no governo do novo presidente. O tempo do novo chefe do Executivo parece ser de renovação. Será preciso esperar alguns anos para verificarmos as vantagens e desvantagens do novo rumo educacional brasileiro. Quando Bolsonaro e seu Ministro da Educação propõem uma luta clara contra a doutrinação ideológico-partidária, muitos se assustam. A verdade é que não poderia ser de outra forma no mundo real. Apesar do medo de muitos quanto aos novos rumos que o país vai tomar na Educação, o medo não pode fechar nossos olhos para mudanças necessárias. Nossas crianças e jovens precisam ver além de qualquer doutrinação ideológica. A mente e a criatividade do nosso povo não pode ser laboratório de experimentos político-ideológicos. Nossa dignidade precisa ser respeitada. É preciso arejar os espaços escolares, acadêmicos e culturais de nosso país. Que o pavor do desconhecido não estrague nossa capacidade de ter otimismo quanto ao futuro do Brasil. Imagem: businessfamilie.org
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