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Chamas no Museu Nacional revela luto que sempre existiu

04 de setembro de 2018 às 11:42

Foto: Tânia Rêgo/Agência BrasilWhatsApp Image 2018-09-04 at 9.04.12 AM (1)WhatsApp Image 2018-09-04 at 9.04.12 AM (2)WhatsApp Image 2018-09-04 at 9.04.12 AMtnrgo_abr_0309184338Um incêndio de proporções ainda incalculáveis atingiu, no começo da noite deste domingo (2), o Museu Nacional do Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na zona norte da capital fluminense
A noite do último domingo, 2 de setembro de 2018, foi marcada por um incêndio no Museu Nacional que destruiu grande parte das peças e documentos que registravam a cultura do Brasil. Localizado no estado do Rio de Janeiro, o edifício tinha completado 200 anos em junho. Quando inaugurado em 1818, serviu primeiro como residência para família real portuguesa. Atualmente é uma instituição ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Assim como outros edifícios do Rio, o Museu Nacional faz parte da herança histórica da primeira capital federal, somando maior importância a partir do seu   acervo, responsável por manter viva a história do nosso país. Entre as chamas estavam mais de 20 milhões de itens, como “Luzia”, nome dado ao mais antigo fóssil humano encontrado em terras brasileiras. Lá também virou cinzas junto com a coleção egípcia do imperador Dom Pedro I, objetos que mostravam a riqueza da cultura indígena e afro-brasileira. Agora que quase tudo virou pó, muitas lentes, flashes,  olhares e ouvidos se voltaram para o local. Como disse o ministro da educação, Rossieli Soares da Silva,  “O governo está olhando com muita atenção para isso”. Mas claro que da Presidência da República a quem estava apenas no sofá de sua casa,  a quilômetros do Rio de janeiro, ficou comovido com a história do trágico incêndio cinematográfico, naquilo que talvez nem conhecia, sua própria história. Outra vez o jornalismo de tragédia mostra sua força. As notícias que antes eram divulgadas nos veículos de TV, rádio, impresso, digital, os protestos, o abandono, não faziam falta na vida de grande parte da população brasileira. Era apenas mais um grito de socorro que vinha daquilo que poucos valorizam nesse país, as marcas que nos trouxeram até aqui e nos constituíram como povo. Colocações clichês começam a aparecer nas repercussões do caso, e como ecoou, nem parece que se passou apenas um dia da tragédia, entre elas o famoso “depois não diga que não avisei”, como a denúncia de risco de incêndio feita em julho deste ano, ou seja, na véspera das chamas atingirem o local. O texto que foi recebido pelo procurador da república Antonio Augusto Soares Canedo Neto, falava sobre a “urgente” vistoria que precisava ser feita, "Principalmente, no terceiro andar, para que se dê ciência à sociedade carioca e brasileira da real dimensão do risco que corre seu patrimônio", explicava um trecho da petição enviada ao Ministério Público Federal.  

[caption id="attachment_4442" align="alignnone" width="300"] Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil[/caption] Valores altíssimos é o que também não poderia faltar, milhões que deveriam ser investidos lá, agora servirão  para recuperar o que se perdeu. Sua manutenção anual custa R$ 550 mil, que deveriam ser repassado pela UFRJ, até o fim de agosto, o Museu Nacional havia recebido apenas R$ 98,1 mil em recursos: 15% do valor destinado no ano passado. Em termos de comparação, só o contrato feito pela Câmara Federal para lavar 83 carros de 19 deputados federais que possuem cargos de direção custa R$ 563,3 mil. Diante desses valores fica difícil acreditar que a falta de recursos do Governo Federal é a justificativa para a dificuldade financeira do Museu Nacional, e muitas outras edificações  que seguem abandonadas no Brasil. Outro dado interessante para comparação é a dos gastos do Palácio da Alvorada, edifício destinado à residência oficial do Presidente da República, que mesmo vazio gerou um custo de 6 milhões em 14 meses. Com este valor foi efetuado pagamentos como água, luz, cuidados com animais, jardinagem e manutenção em geral do prédio. O custo anual do Museu representa 8,3% desses gastos.    Na corrida eleitoral deste ano, entre os 13 candidatos na disputa ao cargo de Presidente, apenas Marina Silva (REDE) e o ex-presidente Lula - que teve sua candidatura rejeitada pelo TSE - citam em seu plano de governo a conservação de museus e patrimônios históricos. Como na maioria das vezes, depois de tudo só queremos saber quem paga a conta ou vai dividi-la. Mas isso só ficamos sabendo após longos dias de investigação, o velho período necessário para polícia esclarecer os fatos. Diante disso o que ficou claro foi um país que segue sem memória e em luto que sempre existiu.    

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