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Luiza Trajano pede a Galípolo que Banco Central não comunique mais altas de juros: 'atrapalha tudo'

Ambos se reuniram na sede da Fiesp junto de representantes de diversos setores, incluindo varejo, indústria de transformação, bancos e serviços.

Ricardo Lélis

14 de fevereiro de 2025 às 18:37   - Atualizado às 18:37

Gabriel Galípolo e Luiza Trajano.

Gabriel Galípolo e Luiza Trajano. Fotos: José Cruz/ Agência Brasil

A passagem, nesta sexta-feira, 14 de fevereiro, do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) foi marcada pela defesa, feita por empresários, de apoio fiscal ao controle da inflação.

Além disso, Galípolo recebeu um pedido, vindo da empresária Luiza Helena Trajano, para que a autoridade monetária não volte a comunicar aumentos dos juros.

O encontro reuniu na sede da Fiesp representantes de diversos setores, incluindo varejo, indústria de transformação, bancos e serviços.

Durante a reunião, foi manifestada a confiança dos setores produtivo e financeiro na autonomia de Galípolo para levar a inflação em direção à meta perseguida pelo BC, de 3%.

As perguntas ao presidente do BC, seguindo normas da autarquia, foram feitas por escrito.

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No entanto, houve um momento final no qual os empresários puderam se manifestar, sem o compromisso de Galípolo dar uma resposta formal. Foi quando Luiza Trajano pediu para Galípolo não anunciar mais elevações dos juros de referência, a Selic.

"A pequena e média empresa não aguenta mais sobreviver nisso [juros altos], não tem condição. É ela que gera o emprego. Hoje a gente conversou, eu queria pedir pra ele, por favor, por favor, ter uma outra forma, porque essa forma não está dando certo", declarou ela. "Então, pedi para ele [Galípolo], por favor, não comunicar mais que vai ter aumento de juros, porque atrapalha tudo, desde o começo", completou a empresária.

Uma sinalização de aumento de 1 ponto porcentual da Selic já foi dada para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 18 e 19 de março. O BC, no entanto, deixou em aberto o movimento do colegiado na reunião de maio, a terceira do ano.

Ao abrir a reunião com empresários, o anfitrião Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, expressou confiança na atuação de Galípolo, avaliando que foram dissipadas as dúvidas de que o presidente do BC, há menos de dois meses no cargo, conta com total autonomia para fazer a inflação convergir.

Foi defendido, porém, que governo, Congresso e Judiciário ajudem o BC nesse trabalho, de modo que os juros não tenham que subir tanto para segurar a alta dos preços.

Presidente da Febraban, a federação dos bancos, Isaac Sidney disse que o Brasil precisa sair da armadilha fiscal e cobrou um orçamento mais equilibrado

Apesar da confiança do setor bancário de que Galipolo tem toda a condição e credibilidade para cumprir o mandato, Isaac avaliou que o BC está solitário na condução da política monetária.

Citando problemas históricos e estruturais, como a indexação e vinculação dos gastos públicos, o presidente da Febraban considerou insustentável a situação fiscal.

Assim, defendeu, é preciso questionar se o teto de crescimento das despesas no arcabouço fiscal não estaria elevado.

"Nós não podemos simplesmente nos acomodar. É importante que tenhamos menos indexação dos gastos públicos, menos vinculação no salário mínimo, que possamos ter tetos de crescimento das despesas compatíveis com uma trajetória da dívida pública que possa se estabilizar", declarou o presidente da entidade que representa os bancos. "Se nós não fizermos isso, vamos fazer com que o Banco Central continue de forma solitária e muito penosa, sacrificando a economia para colocar a inflação na meta", acrescentou.

No fechamento da reunião, antes de passar para as palavras finais de Galípolo, o presidente da Fiesp endossou as declarações de Isaac Sidney, assegurando também a disposição dos setores empresariais de se unirem em apoio para que o Banco Central cumpra o papel de cuidar da moeda.

"Sozinho você consegue, não tenho dúvida disso, mas se for ajudado, eu acho que a sociedade toda ganha. Você encontrou aqui um grupo de setores absolutamente ao seu lado nesta luta [...] Acho que é um conjunto, é um esforço de toda a sociedade, para controlarmos o orçamento, para retomarmos o orçamento federal de uma maneira lúcida, de uma maneira equilibrada, para ajudarmos no trabalho do presidente do Banco Central", finalizou Josué.

Estadão Conteúdo

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