Pernambuco, 11 de Setembro de 2024

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Praias de Porto de Galinhas e Serrambi, em Ipojuca, são consideradas impróprias para o banho por alta concentração de coliformes fecais, segundo o CPRH

Conduzido pela prefeita Célia Sales, o município enfrenta um avançado processo de verticalização com alterações paisagísticas e impactos ambientais, de saneamento e mobilidade urbana.

15 de agosto de 2022 às 15:50

De acordo com o resultado das análises laboratoriais para balneabilidade, da Agência Estadual de Meio Ambienta (CPRH), a praia de Porto de Galinhas, um dos principais pontos turísticos de Pernambuco, encontra-se imprópria para o banho entre 12 e 18 de agosto. O motivo é a presença de alta concentração de coliformes fecais, chamados de termotolerantes. O levantamento do CPRH é referente as análises das amostras coletadas no dia 8 de agosto e processadas nas novas instalações do Laboratório Professor Adaucto Silva Teixeira, inaugurado no inicio do mês de março/22. Veja também: >>>Vídeo: mais uma vez água de esgoto escorrer com mau cheiro na praia de Porto de Galinhas e moradores cobram providência da prefeita Célia Sales Ao todo são 22 pontos de praias impróprios, localizados nos municípios do Recife, Itamaracá, Paulista, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Tamandaré e Ipojuca. Esse é o 19º boletim de balneabilidade emitido pela CPRH neste ano. Também em Ipojuca, cidade comandada pela prefeita Célia Sales (PTB), a praia de Ponta de Serrambi também está imprópria para o banho, segundo o CPRH. A estimativa é de que apenas 20% do município tenha saneamento básico. Os despejo dos outros 80% ocorre de forma precária ou irregular. Problema recorrente  Algumas reportagens feitas pelo Portal de Prefeita mostram diversos problemas com a falta de infraestrutura e poluição ambiental no munícipio. O mais recente foi um vazamento de esgoto a céu aberto em uma das ruas da famosa Vila de Porto de Galinhas, que segundo os comerciantes e moradores é consequência da falta de investimentos e de fiscalização por parte da Prefeitura. https://www.instagram.com/p/CZZlsD_JrYx/?utm_source=ig_embed&ig_rid=d4556b0c-3999-4ce3-bb4b-d9200886dbab Nas imagens do vídeo, é possível verificar que a água suja escorre em um dos trechos da Rua Esperança, no centro de Porto de Galinhas. Segundo informações do rapaz responsável por fazer a denúncia, o problema no local já estava no terceiro dia, sem nenhuma solução.

“Os turistas aqui passando, se melando, prejudicando quem trabalha e quem passa”, diz o rapaz.

No vídeo é possível perceber também que o esgoto a céu aberto fica em frente a uma loja de passeios turísticos e de dois restaurantes. O local estava com uma corrente sinalizando o escoamento da água, para que as pessoas pudessem desviar o caminho. Nas redes sociais, os internautas fizeram diversas críticas a Prefeitura de Ipojuca e a prefeita Célia Sales.

“É uma vergonha para Ipojuca a situação de Porto! Descaso absurdo. Porto garante o emprego de muitos ipojucanos”, escreveu um dos internautas.
Esgoto na praia 

https://www.instagram.com/p/CY6ofXFPawm/?utm_source=ig_embed&ig_rid=4ccd38a9-5758-4024-aeb7-35362909a929 No dia 18 de janeiro um outro vídeo também mostra o momento em que se acumula despejos de esgoto na praia de Porto de Galinhas. O local é considerado um dos balneários mais bonitos do Brasil e também um dos pontos turísticos mais visitados de Pernambuco. Nas imagens do vídeo, é possível ver o momento em que um homem, que possivelmente trabalha na praia, está com uma enxada abrindo caminho na areia para que a água suja do esgoto possa escorrer em direção ao mar, ao lado de turistas. Segundo as pessoas que estão no local, aquele seria um ambiente de escoamento de águas fluviais, ou seja, oriundas da chuva, mas naquele dia não estava chovendo e mesmo assim tinha bastante agua escorrendo. Os moradores denunciam ainda que a situação seria proveniente de construções desordenadas na Vila de Porto de Galinhas, que estariam colocando as tubulações clandestinas no local.

“Pra quem achava que ele liberava apenas água de chuva está totalmente enganado. Olha o esgoto sendo liberado a céu aberto na praia pra todo mundo ver”, relatou uma das páginas na internet.

O esgoto fica localizado próximo ao letreiro com o nome de Porto de Galinhas, na Praça das Esculturas, um dos ambientes mais badalados do destino. Denuncias quanto a falta de infraestrutura e o descaso da gestão em Porto de Galinhas são antigas. A mesma situação aconteceu no inicio do ano passado. Enquanto turistas e comerciantes estavam na praia, uma grande quantidade de água suja e com mau cheiro correu a céu aberto em direção ao mar. Na época, a prefeitura de Ipojuca foi multada em R$ 20 mil pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) após esgoto sem tratamento ter sido lançado na areia da praia.

Audiência pública alertou para risco de destruição irreversível no litoral de Ipojuca

Diante de todo descaso em Ipojuca, a Comissão de Meio Ambiente da Alepe reuniu representantes da sociedade civil e do Poder Público, também no ano passado, para discutir os impactos de grandes empreendimentos e invasões irregulares em áreas protegidas da costa. Durante a reunião pública, problemas como recorde de incêndios entre 2020 e 2021, obras em áreas de preservação nas praias e em estuários do Rio Maracaípe, ocupações habitacionais irregulares no mangue e maus-tratos a animais foram abordados. Licenças de construções irregulares  A Prefeitura de Ipojuca também tem sido cobrada pela população por emitir licença/autorização de construções irregulares com mais de três andares no balneário. O avançado processo de verticalização no local tem causado profundas alterações paisagísticas no destino turístico e provocado impactos nas questões ambientais, de saneamento e mobilidade urbana. https://www.instagram.com/p/CfcJmBoFEYY/?utm_source=ig_embed&ig_rid=86c8d5bd-8623-4138-8f0e-5b7de807390e O plano diretor de Ipojuca, que foi promulgado em 2008, permite construções de até quatro (4) pavimentos, sendo um (1) térreo e três (3) andares. No entanto, várias obras em curso não cumprem o que propõe o plano diretor do munícipio. Segundo reportagem da TV Ipojuca Online, algumas obras foram executadas sem autorização da Prefeitura do Ipojuca ou fora dos critérios. Ainda não foi divulgado o quantitativo de imóveis que foram erguidos nessas condições. Na reportagem foram divulgados também documentos da Diretoria Municipal de Controle Urbano que comprovam a existência de construções irregulares. Em um dos documentos o próprio requerente alerta que a licença de execução foi emitida sem análise do setor e com a assinatura do então diretor de Controle Urbano. Todos os parâmetros básicos foram desrespeitados. Manoel Mendes, proprietário de uma pousada em Porto de Galinhas, denuncia que não teve autorização para realizar a construção de um 1º andar, no entanto, ao lado de sua propriedade estão sendo construídos imóveis com mais de quatro pavimentos e de maneira irregular. O empresário Francisco Ribeiro, que também tem uma pousada no local, reclama da falta fiscalização por parte da Prefeitura: “A gente trabalha, paga impostos aqui…e não tem ninguém que fiscalize”. A 3ª Promotoria de Justiça Cível de Ipojuca, com atribuição nas Curadorias do Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo, recomendou ao município que suspendesse novos licenciamentos para construções na localidade até a aprovação do novo plano diretor. O presidente da Câmara do Ipojuca, Deoclécio Lira (PSD), destacou a atuação do poder legislativo para barrar a  verticalização desenfreada em Porto de Galinhas.

“Existe um decreto legislativo que a própria Câmara aprovou para acabar de vez com os novos licenciamentos”, disse o vereador.

Deoclécio também alertou para o fato do plano diretor estar atrasado. Segundo o parlamentar a revisão deveria ter sido feita em 2018.

“Basta você procurar o currículo dos secretários que são nomeados e do diretor de Controle Urbano e Meio Ambiente, que nenhum tem capacidade técnica para analisar e conceder sem passar pelo corpo técnico…só existe um motivo, vender licença e arrecadar dinheiro para ficar rico”, disparou Deoclécio.

O comerciante José Maurício criticou o ocupação desordenada que toma conta de Porto de Galinhas e demonstrou preocupação em relação ao tema.

“Esses prédios não vão trazer benefícios nenhum pra gente, só vai afastar mais os turistas e visitantes”, lamenta o comerciante.

 

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